terça-feira, 14 de agosto de 2012

O HOMEM E A PSICOLOGIA SOCIAL (1995/2003/2012).

O HOMEM E A PSICOLOGIA SOCIAL (1995/2003/2012).



          A Psicologia Social concebe o homem e a sociedade, desde seus primórdios, numa relação que permite relações do tipo objetividade-subjetividade, homem/trabalho, homem/instrumento, homem/homem e homem/natureza, caracterizando, portanto, o homem como multiplicidade, porém essa multiplicidade de relações pode ser negada ou não manifestada se, por exemplo, o trabalho for visto isoladamente ou como não sendo um mediador entre o homem e sua história, com tudo o que lhe permite, como o instrumento, a natureza e o próprio homem.
         Assim diremos que com o processo de humanização, da qual a cooperação e formação de grupos foi essencial, surgiu a linguagem, surgiram os instrumentos, surgiu o trabalho, surgiu a atividade e, ainda, paralelamente, os sonhos interpretados e as crenças, consciências e identidades.
         Os sonhos e as crenças foram vivenciados pelo homem primitivo como entidades sobrenaturais, e isto facultou a criação de deuses que sentiam e pensavam, também, conseqüentemente foi instaurando-se a crença religiosa, surgiu uma base a partir da organização do meio em que se inseriam e na crença de vida após a morte.
         Disto podemos dizer que as entidades sobrenaturais foram projeções humanas que ajudaram no estabelecimento da multiplicidade de relações, estas, aliás, possibilitadas pela interação social.
         Ao interagir socialmente o homem pode se observar pois teve o outro como referencial, portanto, sendo homem seria também capaz de transformar e de ser transformado, donde estabeleceram-se as relações ¨corpo-alma¨, ¨espírito-matéria¨ (ou natureza), ¨cérebro-pensamento¨, ¨vontade-poder¨ (¨vontade¨ entendida na acepção de ¨espírito¨ ou ¨pensamento¨; e ¨poder¨ no que é ¨possível¨, isto é ser, a matéria). Isto, pois, de certo modo na relação do homem consigo mesmo, do homem com seu semelhante e do homem com a natureza, o que nos ajuda a ver e entender o homem como multiplicidade, já que também, invariavelmente, fluiriam as relações objetividade-subjetividade, homem/trabalho e homem/instrumento.
        Disto podemos mencionar que o homem criou duas espécies de realidade: a material e a ideal - a concreta e a abstrata, grifo meu. A material sendo carcaterizada por ser palpável, concreta e mesurável, ou seja, científica, visto que há a possibilidade dos fenômenos do ¨mundo exterior¨ serem replicáveis e/ou previsíveis. Já que as sensações e percepções facultam-nos a este ponto. Podemos explicar que o ¨mundo exterior¨ agrega o grupo humano (do qual derivam as relações sociais e/ou homem/homem), e a natureza ou matéria (do qual derivam as relações homem/natureza, homem/instrumento e homem/trabalho).
        A segunda espécie de realidade, a ideal, é a projetiva, ou seja, a que criou deuses e a alma e/ou espírito, julgamentos (como bem e mal), e situações que estão aquém do universo palpável (como premonições e destino). Esta realidade é, desta forma, desprovida de cientificidade, pois não é palpável e envolve eventos particulares, como os pensamentos, as lembranças, os sentimentos e as emoções que são projetadas na tentativa de vencer forças internas que não são aceitáveis e/ou compreensíveis quando o homem lida consigo mesmo.
        Podemos salientar que enquanto o homem criava essas realidades, esteve em atividade, num processo de transformação e de troca de energia, onde também ocorre uma relação de apropriação do homem pela natureza e da natureza pelo homem. Exemplo disto é o que ocorre quando um microorganismo instala-se no homem (a natureza apropria-se do homem), mas também o homem se apropria do organismo (a natureza), pois ambos estão em correspondência, em interação e em apropriação - a evolução das espécies de Darwin.
        Assim pela atividade também ocorre a internalização e a externalização dos próprios conceitos e modos de relação, ao longo da história, do homem com o ¨mundo exterior¨. Portanto a internalização dá-se pelos sentidos e percepções captadas pelo organismo e a externalização processa-se mediante as relações que viabilizam a mudança, a transformação é o que torna o ser sócio-histórico. Podemos exemplificar isto com a explanação do processo de criação de instrumentos, pois para construir um é preciso primeiramente elaborá-lo mentalmente, ou melhor, tê-lo como objeto pensado ou idealizado, para depois sim concertizá-lo ou objetivá-lo, isto após uma série de ações sobre a natureza, assim o homem mostra-se capaz de idealizar o que pretender realizar, acredito que isto não se dá apenas com a realidade material, onde temos os instrumentos palpáveis (como esta folha de papel e a tinta sobre ela), mas também com a realidade ideal, onde temos os instrumentos ideológicos (como o que se expressa neste trabalho, o seu conteúdo ou sua mensagem), neste caso ação sobre as idéias, sobre o imaginário com o intuito de perpretar saber e poder - consciência e identidade.
       Assim sendo, a atividade é a mais abrangente categoria da Psicologia Social, pois compreende as relações homem/trabalho, homem/instrumento/ homem/natureza e homem/homem.
       Numa análise mais profunda diremos que a atividade está condicionada, ou mesmo, modelada ao nível de desenvolvimento do grupo social, de sua estruturação e organização, já que ela compreende as características do grupo, de seus meios de internalizar e externalizar. Assim também podemos entender as demais categorias da Psicologia Social.
       Até o presente momento podemos estudar como o homem se constitui múltiplo em suas relações, portanto, podemos agora fazer considerações sobre a negação dessa multiplicidade.
       Por exemplo, ao abordarmos o trabalho sem considerarmos questionamentos como: sob que condições e razões históricas do grupo social desenvolveu-se essa parte da atividade? Deste modo, se não houver consciência, ou mesmo, relação com o próprio ser humano, o trabalho servirá apenas para alienar o homem, visto que sua objetivação ou exteriorização estará sob o apoio da alienação. Isto ocorre quando o homem não domina ou não se percebe em sua própria criação, e o que é pior, quando sua própria criação trona-se ameaça e fonte de opressão, por conseguinte, tornando-se castração.
       A alienação agravou-se com o capitalismo, pois a divisão do trabalho dexou de afetar apenas os operários, visto que os próprios capitalistas encontraram-se sob esse processo, já que também existe a divisão de mercado e a competição entre os mesmos. Deste modo as leis de mercado vão dominando toda a sociedade, e fazendo com que tudo se transforme em mercadoria, desde a mão-de-obra do trabalhador até a mão-de-obra do empregador, ambas valorizadas conforme o seu grau de especialização.
       Agora prosseguiremos com a categoria instrumento de trabalho: este é entendido como uma extensão do ser humano, já que é produto e produtor de abstração, característica humana. Assim a construção do instrumento, decorre, primeiramente da reflexão, desse modo envolve também a abstração para que possa ser elaborado e materializado, o que faz com que o ser humano transcenda a si mesmo. Exemplo a ser citado pode ser novamente encontrado se pensarmos neste trabalho acadêmico, na produção deste texto, pois para que ele fosse realizado tivemos que organizá-lo mentalmente em tópicos a serem desenvolvidos de modo reflexivo e produtivo, assim durante toda a sua produção tivemos que absatrair e refletir até que fosse materializado e/ou terminado.
       Também foi e é o instrumento de trabalho um fator relacionado com a formação de grupos e por conseguinte, dos meios de comunicação, onde encontramos as linguagens cinestésica (gestual e/ou corporal), proxêmica (territorial e/ou espacial), falada e a escrita. E isto vem intervindo ou mediando a construção da história da nossa espécie, inculcando desta maneira o aperfeiçoamento e a evolução da mesma - isto ocorre até hoje 05 de setembro de 2012, desde 15 ou 17 de outubro de 1995 com a Auto-Sugestão de Uma Teoria Psicanalítica Nova contendo uma nova Pulsão, a Pulsão Auditiva, na Universidade Estadual de Londrina no Brasil, um projeto de pesquisa para o futuro após a minha formação acadêmica - projeto iniciado em dezembro de 2005; nos nossos relacionamentos com as línguas, linguagens, formas de comunicação, percepção auditiva e telepática psico-física refletem isto: intervenções e mediações, construções históricas da nossa espécie que inculcam desta maneira o aperfeiçoamento e a evolução da nossa espécie!
       Podemos dizer que a formação dos grupos propiciou a divisão do trabalho, o que levou a divisão do trabalho, o que compreenderemos dialeticamente segundo as seguintes relações: união-separação, porque o trabalho dividido une e separa os homens, une porque os torna um grupo com objetivo final e separa porque cada indivíduo do grupo está encarregado de uma tarefa específica para a consecução do objetivo visado; homem-homem, ocorre qundo o indivíduo vê-se em contradição ou em um impasse em relação ao se destino, pois poderá ser individual ou coletivo, o que segundo Codo (s/d) será resolvido pela apropriação coletiva do destino individual; e homem-natureza, que é encontrada na atividade estabelecida pelo contato do homem com a natureza.
      Para exemplificar estas relações (união-separação; homem-homem; e homem-natureza) focalizaremos o Curso de Psicologia desta Universidade (UEL). Desta forma a relação união-separação envolve a divisão do trabalho entre professores, funcionários e alunos com o desejo de um objetivo comum, trabalhar cada um com a sua atividade/tarefa em sua razão de um objetivo -  o Curso de Psicologia e a manutenção do mesmo e da Universidade. A relação do homem-homem refere-se ao próprio ambiente psicológico e comportamental entre professores, alunos e funcionários enquanto relacionam-se nessa atividade de acordo com os sesu destinos individuais que podem se encontrar no coletivo. E a relação homem-natureza envolve os recursos utilizados em sala de aula, por exemplo: o giz, a lousa,as cadeiras, o chão, etc., no processo de formação dos Psicólogos.
      Sendo, portanto, necessário salientar que essas relações desenvolvem a conscientização e a alienação do ser humano, pois não existem pessoas e/ou grupos totalmente conscientes ou totalmente alienados, ou seja, existem graus de consciência e de alienação que variam de sujeito para sujeito e de grupo para grupo.
      Assim podemos também perceber que esses graus de consciência e  de alienação permitem-nos visualizar e explicitar as inter-relações que compõe a realidade que é constituída por aquilo que é entendido como sendo experiência, que, aliás, conduz os comportamentos psíquicos e os comportamentos manifestos do indivíduo e do grupo social.
      Ainda sobre os grupos ou mesmo, sobre a vida social, vale dizer que ocorrem desenvolvimentos diferentes para cada grupo e para cada sujeito, já que estão diretamente relacionados com a própria realidade em que se inserem. Dessa maneira podemos encontrar indivíduos que têm consciência das responsabilidades para com sua pessoa e para com o grupo em que se inserem, o que lhes faculta uma certa autonomia, pois são com riqueza e complexidade interior, são indivíduos que superam seus limites e se complementam em comunidade, fazendo, assim com que a família, os amigos, a vizinhança, as relações entre os homens tenham importância e tenham em si o poder de não castrar a multiplicidade das relações do ser humano.
      Mas há a castração onde o homem não se vê múltiplo, pois não pode participar dessa multiplicidade de relações. Isto ocorre em comunidades alienadas que apenas absorvem e diluem os indivíduos, robotizando-os, como por exemplo, os grupos de jovens que se irmanam, criando fortes vínculos que os tornam incapazes de aceitar o diferente, o novo e/ou o estranho, a menos que aceitar passe a ser parte da moda. Isso também ocorre na sociedade capitalista, onde o mercado diminui a importância da comunidade, criando, assim, solidão, frustração, agressividade e insegurança, como, hoje, no ano de 2012, no Avanço das Grandes Comunicações Psico-físicas.
      Deste modo podemos dizer que a poda da multiplicidade foi se efetuando a medida em que ocorreram as transformações sociais, onde a sociedade rural perdeu espaço para a sociedade urbana e esta hoje perde espaço para a sociedade Telepata Psico-física, o trabalho artesanal foi sendo superado pela divisão do trabalho e este pela centralização do ¨trabalho artifical¨ ou ¨trabalho escravo¨, ao meu ver imoral, violento, humilhante, amedrontador, vergonhoso e ilícito, senão, criminoso, é o que fazem comigo desde a década de 90, o regionalismo vem perdendo características peculiares por causa dos meios de comunicação que possibilitam-nos viver uma ¨aldeia global¨, onde o individualismo vem sendo superado pela padronização, tanto de comportamentos manifestos quanto de encobertos (pensamentos e sentimentos), onde as transnacionais produzem em massa, padronizam e estandartizam, havendo portanto, como conseqüências um neocolonialismo, e movimentos que vão em defesa dos direitos humanos.
      Contudo é imprescindível destacar que tanto a realidade material quanto a realidade ideal são reais, pois o real é constituído por aquilo que possui um sentido na experiência humana e na social. Assim as relações com a natureza e com o homem, que mediatizam a multiplicidade, possuem campo de significação dependentes da  sociedade e de suas características sociais, políticas, econômicas, de trabalho, de família, de religião, de eduação, de linguagem, etc., fazem parte das instituições que compreendem e explicam as relações do homem com si mesmo (onde deram-se os fenômenos sobrenaturais - a subjetividade). homem-homem (social) e homem-natureza, sendo que destas duas fluírasm o trabalho e o instrumento, portanto, possibilitando ver o homem como multiplicidade.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CODO, Wanderley.   O fazer e a consciência.

SUCUPIRA.   Materialismo e idealismo.    






Osny Mattanó Júnior.

domingo, 12 de agosto de 2012

EXPLICANDO ORGANISMOS SEGUNDO AS PSICOLOGIAS DO DESENVOLVIMENTO E DO COMPORTAMENTO (2009)

EXPLICANDO ORGANISMOS SEGUNDO AS PSICOLOGIAS DO DESENVOLVIMENTO E DO COMPORTAMENTO (2009).


SUMÁRIO:

1. SEXO: HEREDITARIEDADE, CONCEPÇÃO.
2. PRÉ-NATO E RECÉM-NASCIDO.
3. MATURAÇÃO E APRENDIZAGEM.
4. DESENVOLVIMENTOS:
    CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO MOTOR E DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO.
    PSICOMOTRICIDADE.
    SEXUAL.
    EMOCIONAL.
    INTELECTUAL.
    LINGUAGEM.
    SOCIAL.
    MORAL.
    BRINQUEDO.
5. O QUE É PERCEPÇÃO?
6. O QUE É SENSAÇÃO?
7. O QUE É ATENÇÃO?
8. O QUE SÃO MOTIVO E MOTIVAÇÃO?
9. O QUE É DESEJO?
10. O QUE É NECESSIDADE?
      O BEHAVIORISTA
11. O QUE É RESPOSTA?
12. QUAIS OS TIPOS DE RESPOSTA?
13. O QUE É ORGANISMO?
14. O QUE SÃO CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS?
15. O QUE SÃO EVENTOS?
16. QUAIS SÃO OS EVENTOS?
17. EVENTOS ANTECEDENTES.
18. EVENTOS BIOLÓGICOS.
19. EVENTOS SOCIAIS.
20. EVENTOS CONSEQÜENTES.
21. EVENTOS LINGÜÍSTICOS.
22. QUAIS AS FUNÇÕES DOS EVENTOS?
23. MICRO E MACRO ANÁLISE-FUNCIONAL.
24. MAXIMIZAÇÃO (OTIMIZAÇÃO): CUSTOS E BENEFÍCIOS COMPORTAMENTAIS.
25. COMPORTAMENTO.
26. COMPORTAMENTO REFLEXO.
27. COMPORTAMENTO OPERANTE.
28. REFLEXO INCONDICIONADO.
29. REFLEXO CONDICIONADO.
30. CONDICIONAMENTO RESPONDENTE.
31. CONDICIONAMENTO OPERANTE.
32. EXTINÇÃO.
33. RECUPERAÇÃO ESPONTÂNEA.
34. GENERALIZAÇÃO.
35. DISCRIMINAÇÃO.
36. PUNIÇÃO.
37. FUGA.
38. ESQUIVA.
39. CONTINGÊNCIA COMPORTAMENTAL.
40. MODELAGEM DE COMPORTAMENTO.
41. COMPORTAMENTO SOCIAL.
42. CADEIA COMPORTAMENTAL.
43. REFORÇADORES PRIMÁRIOS.
44. REFORÇADORES POSITIVOS.
45. REFORÇADORES NEGATIVOS.
46. COORDENADA EMOCIONAL.
47. EVENTOS PARTICULARES.
48. COMPORTAMENTOS PÚBLICOS.
49. 3 TIPOS DE CONTINGÊNCIAS.
50. REPERTÓRIOS COMPORTAMENTAIS BÁSICOS.
51. COMPORTAMENTO VERBAL.
52. COMPORTAMENTO GOVERNADO POR REGRAS.
53. COMPORTAMENTO MODELADO POR CONTINGÊNCIAS.
54. COMPORTAMENTO DESVIANTE.
55. COMPORTAMENTO ANORMAL.
56. COMPORTAMENTO ASSERTIVO.
57. COMPORTAMENTO INASSERTIVO.
58. EQUIVALÊNCIA DE ESTÍMULOS.
59. QUADROS RELACIONAIS.
60. OS SONHOS.
61. O AMOR.
62. AS INTERAÇÕES: ORGANISMO-AMBIENTE.
63. O ENFOQUE CONTEXTUAL PARA A MUDANÇA TERAPÊUTICA.
64. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.





1. SEXO: HEREDITARIEDADE, CONCEPÇÃO.


          Sexo diz respeito ao órgão sexual masculino e feminino, diz respeito também ao ato sexual ou coito.
          A hereditariedade depende dos genes que determinam as características das pessoas, ela se expressa nos genes. Os genes que determinam as caraterísticas sexuais são chamados X (femininos) e Y (masculinos).  O homem tem 2 cromossomos, o X e o Y, a mulher tem 2 X. Os X têm características femininas e o Y as masculinas. O sexo da criança determina-se pelo espermatozóide do pai.
          Os cromossomos sexuais não transmitem apenas os caracteres sexuais primários (órgãos sexuais), transmitem também segundo os genes caracteres dominantes ou recessivos. Um gene dominante produz uma característica observável - o fenótipo; e um gene recessivo apenas permanece no genótipo.
          Não se pode dizer que a hereditariedade determine os traços de personalidade dos seres humanos, já que a personalidade  é produto da modificação da herança biológica pela herança cultural  e pela própria personalidade do indivíduo.
          A hereditariedade diz respeito a genética e esta aos genes, cromossomas, fenótipos e genótipos.
          A concepção se dá com o ato sexual e fecundação do óvulo pelo espermatozóide, ela forma o ovo ou zigoto, em seguida surgem duas células, depois quatro e assim por diante, até aproximadamente 5 dias depois da concepção formar a mórula que se aloja na parede uterina, após 10 dias o novo ser é um embrião e a partir do 2 mês até o 9 mês será chamado de feto.




2. PRÉ-NATO E RECÉM-NASCIDO.


          O que nos interessa a respeito do pré-nato é o psicológico e assim o desenvolvimento dos órgãos dos sentidos e o desenvolvimento da conduta.

          Órgãos dos sentidos:

1. Pressão: a partir da excitação da musculatura do feto provoca-se reações dos membros e a estimulação da pele só produz resposta quando ela é repetida continuamente, as regiões da boca e do nariz entre o lábio superior  e a mucosa nasal são as mais sensíveis. A sensibilidade cutânea desenvolve-se partindo do encéfalo para o tronco e membros.

2. Temperatura: estudos podem levar-nos a supor que o feto reage mais energicamente aos estímulos mais quentes do que aos mais frios. Gotas de água à temperatura sangüínea não provocaram reação de feto de cobaia, porém estímulos mais frios ou mais quentes, sim. A sensibilidade do feto aparece por volta de metade do período de gestação.

3. Dor: estímulos que faziam brotar o sangue de um recém-nascido no seu 1 dia de vida extra-uterina não produziam reação alguma. Estimulações profundas, porém, provocam reações violentas nos fetos mais amadurecidos. Os receptores da derma é que não se encontram bem desenvolvidos.

4. Sentidos proprioceptivos: os receptores dos músculos e tendões estão bem desenvolvidos muito tempo antes do nascimento. Uma boa parte dos movimentos do organismo (da massa) podem ser atribuídos a reações às estimulações proprioceptivas. Essas reações começam e se tornas freqüentes a partir do 4 mês.

5. Equilíbrio: como sabemos existe uma relação entre o ouvido não-auditivo (canais semicirculares) e o caracol (cóclea), mas não se pode precisar reações com estimulações dos canais semicirculares.

6. Sentidos orgânicos: antes do nascimento podem ocorrer alterações nas aparelhos digestivo, circulatório e respiratório em função da estimulação dos receptores. Graças a ela podem se manifestar desordens que afetam todo o organismo. A estimulação constante provoca a fadiga, o feto deixa de reagir.

7. Gustação: os receptores gustativos estão preparados já antes do nascimento.

8. Olfato: mesmo não podendo o feto reagir a odores por causa do líquido amniótico, sabemos que os receptores da mucosa nasal estão bem desenvolvidos antes do nascimento.

9. Audição: o mecanismo se encontra bem desenvolvido durante os dois últimos meses da vida fetal.

10. Visão: o nervo óptico e as estruturas afins não estão desenvolvidas no momento do nascimento.




3. MATURAÇÃO E APRENDIZAGEM.


          A hereditariedade controla a maturação ou os processos que a permitem alcançar determinado estado para  uma realização. Os fatores hereditários são essenciais em toda aprendizagem e condicionamento. O ponto central que emerge sobre a maturação e aprendizagem é que o estágio da maturação determina o que o organismo pode aprender. Fica assim entendido que a maturação é quem controla a aprendizagem e que esta não é por ela controlada, conforme no amadurecimento para que se adquira por exemplo, a habilidade de andar.




4. DESENVOLVIMENTOS:

    CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO MOTOR E DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO.

          Crescimento é o aumento do tamanho do organismo individual e de suas partes. E desenvolvimento motor são etapas que se vão processando do encéfalo para as extremidades.
          Desenvolvimento são as mudanças que se apresentam na estrutura, forma e funções de um organismo até a maturidade, assim desenvolvimento engloba alterações funcionais oriundas das modificações formais e estruturais.
          Há duas fases importantes no desenvolvimento físico: 1a dos 4 aos 6 anos, e a 2a dos 10 aos 11 anos (meninas) e dos 12 aos 13 anos (meninos) até os 16 anos aproximadamente.
          Ao nascer medimos em média 50 cm e massamos 3,5 kg porém há diferenças oriundas da hereditariedade. O recém-nascido tem a cabeça equivalente a 1/4 das dimensões do corpo e na vida adulta ela equivalerá a 1/6. O tronco do recém-nascido é longo e fino, suas pernas e braços curtos.
          Com 1 ano as crianças medem em média 75 cm e massam 10 kg. Durante o 1o ano seus membros se alongam um pouco.
          As crianças crescem em média 5 a 10 cm por ano e durante o 2o aumentam bastante na estatura e têm o tronco afilado. Até 10 anos o ritmo do crescimento deles e semelhante. Dos 10 aos 12 anos as meninas crescem mais, porém aos 13 anos o ritmo dos meninos iguala-se aos das meninas. O crescimento deles será maior até os 18 anos, aumentando bastante dos 14 aos 16 anos. Elas têm seu crescimento paralisado por volta dos 16 anos.
          Na adolescência as modificações físicas são: alargamento dos ombros nos meninos e dilatação da bacia nas meninas; aumento da pressão sangüínea; modificações fisionômicas; surgimento de pêlos nas axilas e na região púbica; aumenta da secreção das glândulas sudoríparas e sebáceas; possível surgimento de acne; crescimento das glândulas mamárias nas meninas e aumento de gordura nas nádegas; modificações nas cordas vocálicas do menino; crescimento das mãos, dedos, mandíbula e órgãos sexuais.
          Sobre o desenvolvimento motor: ao nascer não possuímos controle cerebral do comportamento antes de algumas semanas. Esse controle vai-se processando do encéfalo para as extremidades e é possível estabelecer certas etapas do desenvolvimento e do crescimento.


          Desenvolvimento, Crescimento e Desenvolvimento Neuropsicológico:


          Ao nascimento: as vísceras apresentam funções vegetativas; apresenta raros movimentos reflexos; punhos fechados; audição; aparelho vetibular; regularidade homeostática; visão; estimulação tática (oral e pressão); percepção olfativa, gustativa e térmica; aparelho respiratório.

         2 semanas: reconhece objetos já vistos.

         4 semanas: acompanhamento limitado com o olhar; a cabeça pende, reflexo cervical tônico; punhos cerrados; pequenos sons feitos na garganta; presta atenção à sineta, reconhece feições.

         2 meses: as mãos batem no ar, as pernas se agitam, os punhos permanecem sempre fechados.

         4 meses: localiza fonte sonora; equilíbrio da cabeça; acompanha movimentos com o olhar; cabeça firme, posturas simétricas; mãos abertas, coça, agarra com as mãos; arrulha, ri, vocaliza socialmente; brinca com as mãos e roupas. reconhece a mamadeira.

         7 meses: apresenta preensão e manipulação; transfere o cubo de uma das mãos para a outra; senta-se, inclinando o corpo sobre as mãos, suporta bem o peso dos pés; agarra o chumbo na palma da mão, faz gesto de arranhar o torrão; vocaliza quando se dirige aos brinquedos, produz sílabas com consoantes isoladas, brinca com o pé, brinca com a imagem no espelho.

         8 meses: mantêm-se sentada, engatinha e, mais tarde, põe-se de pé dentro do cercado.

         10 meses: senta-se, engatinha, esquadrinha com os dedos; segura a garrafa e tenta ou consegue apanhar a pelota; senta-se sozinha, engatinha, coloca-se de pé apoiando as mãos num suporte; deixa o objeto cair de maneira rudimentar, empurra com o indicador; diz uma palavra só, imita os sons; participa de jogos simples para bebês, se alimenta sozinho.

        12 meses: fica de pé, anda; coloca cubo dentro da xícara, tenta eregir torre com dois cubos; anda com ajuda; segura a pelota com movimento correto de torquês; diz duas palavras ou mais, identifica os objetos pelos nomes; coopera nos vestir-se, ¨joga¨ bola.

        18 meses: diz palavras, enunciados curtos; tira a pelota da garrafa, rabiscam espontâneamente; anda sem cair, senta-se; torre de três cubos; vira 2 - 3 folhas de cada vez; jargões, reconhece desenhos ou retratos, usa a colher sem esparramar muito, anda puxando brinquedos.

        2 anos: controla a bexiga e intestino, contrói torre com seis cubos. imita risco circular; corre bem; chuta bola; vira as flha uma  a uma; usa enunciados curtos, compreende instruções simples; é capaz de vestir roupas simples, brinca com bonecas.

        3 anos: crianças abaixo dos 4 anos têm grande dificuldade com a integração sensorial; imita ponte feita com 3 cubos; sustenta-se num pé só; pula de um degrau para o chão; erige torre com 10 cubos, segura lápis de cor à maneira dos adultos; fala por meio de frases, responde a perguntas simples; usa bem as colheres, faz piruetas, já se calça.

        4 anos: tem conceitos de número e de forma; imita portão feito com 5 cubos; copia cruz; senta num pé só; dá pulos largos; risca dentro dos limites das linhas; usa conjunções, compreende preposições; lava e seca o rosto, dá recados, participa de jogos comunitários.

       5 anos: participa do jardim da infância; conta os objetos, copia triângulo; salta em pés alternados; fala sem articulação infantilizada, pergunta ¨por quê?¨, se veste sem auxílio, pergunta o significado das palavras.

       6 anos: começa a apresentar uma maior resistência ao condicionamento clássico; a leitura (aprendizagem) depende da experiência.

       7 anos: apresenta construção lógica, estabelece relações entre pontos de vista diferentes; há cooperação no plano afetivo; há moral entre colegas.

       12 anos: apresenta pensamento formal e abstrato, no plano social é anti-social; no plano afetivo apresenta conflitos.





    PSICOMOTRICIDADE.


       A Psicomotricidade se ocupa das habilidades que permitem uma melhor adaptação do homem ao ambiente em que vive. Se ocupa do domínio corporal, da percepção auditiva e visual, da lateralização, da faculdade de simbilização, da orientação espaço-temporal, do poder de concentração, da percepção da forma, tamanho e número, dos diferentes comandos psicomotores como coordenação fina e global, e do equilíbrio.

      Desenvolvimento da Psicomotricidade:
      Coordenação global, fina e óculo-manual:
      A  coordenação global diz respeito à atividade dos grandes músculos. Depende da capacidade de equilíbrio postural da pessoa. Este equilíbrio está subordinado às sensações proprioceptivas cinestésicas e labirínticas. Através da movimentação e da experimentação, a pessoa procura seu eixo corporal, vai se adaptando e buscando um equilíbrio cada vez maior.
      A coordenação global e a experimentação levam a dissociação de movimentos, onde realiza múltiplos movimentos ao mesmo tempo conservando a unidade do gesto.

      Esquema Corporal:


      Todo ser tem seu mundo construído com base nas suas próprias experiências corporais, onde na interação com os objetos do seu meio, com as pessoas com quem convive e com o mundo onde estabelece relações afetivas e emocionais.
      O esquema corporal resulta das experiências que possuímos, provenientes do corpo e das sensações que experimentamos. O esquema corporal  regula a postura e o equilíbrio, é um resumo e uma síntese de sua experiência pessoal.

      As 3 etapas do esquema corporal:

     Corpo Vivido (até os 3 anos de idade): Não tem consciência do ¨eu¨ e se confunde com o espaço em que vive. Suas atividades iniciais são espontâneas, não pensadas. É dominada pela experiência vivida, pela exploração do meio, por sua atividade investigadora e incessante. No final desta fase pode-se falar em imagem do corpo pois o ¨eu¨ se torna unificado e individualizado.

     Corpo Percebido ou ¨Descoberto¨ (3 aos 7 anos de idade): Corresponde à organização do esquema corporal devida à maturação da ¨função de interiorização¨. Passa a ver seu corpo como um ponto de referência para se situar e situar os objetos em seu espaço e tempo. Assimila conceitos como embaixo, acima, esquerda, direita. Adquire noções temporais: o que vem antes, depois, primeiro, último. O nível intelectual pode ser caracterizado como pré-operatório.

     Corpo Representado (7 aos 12 anos de idade): No início desta fase a representação mental da imagem do corpo consiste numa simples imagem reprodutora, é uma imagem de corpo estática. A criança só dispõe de uma imagem mental do corpo em movimento a parir dos 10 - 12 anos, uma representação mental de uma sucessão motora. Sua imagem de corpo passa a ser antecipatória e não mais somente reprodutora. Aos 12 anos dispõe de uma imagem de corpo operatório, torna-se capaz de organizar, de combinar as diversas orientações. Há a passagem da centralização do corpo à descentralização no qual o corpo está situado como objeto.


      Sobre as Perturbações do Esquema Corporal:
      Excetuando-se os casos referentes a problemas motores ou intelectuais, todas as perturbações são de origem afetiva.
      Existem crianças que não têm consciência de seu próprio corpo. Há assim dificuldades como insuficiência de percepção ou de controle de seu corpo, incapacidade de controle respiratório, dificuldades de equilíbrio, de coordenação.
      Uma perturbação do esquema corporal pode levar a uma impossibilidade de se adquirirem os esquemas dinâmicos que correspondem ao hábito visomotor e também intervém na leitura e na escrita.


      Lateralidade:
      A lateralidade é a propensão que possuímos de usar preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão, olho e pé.
      O lado dominante apresenta maior força muscular, mais precisão e mais rapidez. Na realidade os dois não funcionam isoladamente, mas de forma complementar.
      Há a prevalência - freqüência de utilização de um lado, com suas implicações psicológicas e sociais; e há a dominância com implicações orgânicas, significando a relação existente entre essa utilização preferencial e o predomínio de um hemisfério cerebral.


      A Evolução da Lateralidade:

      0 a 1 mês de idade: atividades puramente reflexas e espontâneas, os movimentos globais dos braços e mãos são bimanuais ou mais ou menos simétricos.
      2 meses: por modificação do desenvolvimento do tônus acrescenta ações mais assimétricas e mais unilaterais.
      4 a 7 meses: a criança não consegue segurar dois objetos ao mesmo tempo, um em cada mão.
      28 semanas: a criança já pode segurar em uma das mãos um objeto enquanto abre a outra mão para segurar um outro.
      Até 1 ano de idade: não se verifica alguma preferência pelo uso de alguma das mãos, só a partir daí uma se torna mais hábil apresentando mais facilidade e começa a dominar mais.
      5 e 7 anos: há dominância propriamente dita.


     A ambidestria traz conseqüências como diminuição da habilidade e velocidade manuais, aparecimento de sincinesias de imitação, influência no desenvolvimento das funções intelectivas, no ajustamento emocional e afetivo da criança, um atraso inicial da linguagem e alterações na escrita.
     Com o desenvolvimento definitivo da lateralidade há velocidade e habilidade graças a especialização entre a mão esquerda e a direita.


      Sobre as Perturbações da Lateralização:
      O problema reside quando uma pessoa apresenta uma lateralidade cruzada ou mal lateralizada.
      a) dificuldade em aprender a direção gráfica;
      b) dificuldade em aprender os conceitos esquerda e direita;
      c) comprometimento na leitura e escrita;
      d) má postura;
      e) dificuldade de coordenação fina;
      f) dificuldade de discriminação visual;
      g) perturbações afetivas que podem causar reações de insucessos;
      h) distúrbio da linguagem e do sono, a gagueira;
      i) aparecimento de maior número de sincenesias: comprometimento de alguns músculos que participam e se movem, sem necessidade, durante a execução de outros movimentos envolvidos em determinada ação, é involuntária e geralmente inconsciente;
      j) dificuldades de estruturação espacial.
     

     Estruturação Espacial:

     A estruturação espacial é essencial para que vivamos em sociedade. É através do espaço e das relações espaciais que nos situamos no meio ambiente, estabelecemos relações entre as coisas, comparando-as, observando as semelhanças e as diferenças entre elas, organizando as coisas entre si, colocando-as em um lugar e podendo movimentá-las. A formação de categorias leva à generalização e à abstração.
    Primeiro a criança percebe a posição de seu próprio corpo no espaço, depois, a posição dos objetos em relação a si mesma e, finalmente, aprende a estabelecer as relações das posições dos objetos entre si.


     Desenvolvimento da Estruturação Espacial:

     A estruturação espacial não nasce com o indivíduo, ela é uma elaboração e uma construção mental que se opera através de seus movimentos em relação aos objetos que estão em seu meio ambiente.
     O espaço bucal é o primeiro objeto de exploração da criança.
     Na medida em que vai havendo maturação de seu sistema nervoso, a criança vai se tornando capaz de perceber e coordenar as múltiplas sensações visuais, táteis, auditivas e cinestésicas.
     Sua imagem de corpo começa a se elaborar aproximadamente aos 3 meses, entre o 6 e 9 mês se percebe uma primeira sensação entre seu corpo e o meio ambiente.
     Aos 3 anos a criança já tem uma vivência corporal.
     Desde muito cedo a criança escolhe e ordena seus objetos. Ela se veste, come, brinca, coloca e amarra o sapato. Essa ordenação já envolve atividades concretas de classificação.
     Para que uma criança perceba a posição dos objetos no espaço, primeiramente, deve ter uma boa imagem corporal, já que usa seu corpo como ponto de referência.
     Para a criança assimilar os conceitos espaciais precisa, também, ter uma lateralidade bem definida, que se dá em torno dos 6 anos. É através da experimentação que conceitos como direita  e esquerda passa a ter sentido e valor para ela.
     Ela aprende também noções de situações através de conceitos: dentro, fora, alto, baixo, longe, perto; de tamanho com conceitos: grosso, fino, grande, médio, pequeno, estreito, largo; de posição com conceitos: em pé, deitado, sentado, ajoelhado, agachado, inclinado; de movimento com conceitos: levantar, abaixar, empurrar, puxar, dobrar, estender, girar, rolar, cair, levantar-se, subir, descer; de formas com conceitos: círculo, quadrado, triângo, retângulo; de qualidade com conceitos: cheio, vazio, pouco, muito, inteiro, metado; de superfície e de volumes. Ao aprender estes  conceitos diremos que a criança atingiu a etapa da orientação espacial.
     Ela desenvolve também a memória espacial, que confere saber sobre os objetos que estão faltando em determinado lugar e reproduzir um desenho previmanete observado, e não se esquecerá dos símbolos gráficos e nem das direções a seguir.
     A partir dessa organização espacial a criança chega à compreensão das relações espaciais, importante para que se situe e se movimente em seu meio ambiente.
     Esta organização aparece mais ou menos com 8 ou 9 anos de idade.


     Motivos Para as Dificuldades na Estruturação Espacial:

     a) limitação de seu desenvolvimento mental e psicomotor;
     b) crianças tolhidas em suas experiências corporais espaciais e que não têm oportunidades de manipular os objetos ao seu redor;
     c) as que não desenvolveram a noção de esquema corporal, acarretando prejuízo na função de interiorização;
     d) as que não conseguiram ainda estabelecer a dominância lateral e nem assimilaram as noções de direita e esquerda através da internalização de seu eixo corporal;
     e) insuficiência ou déficit da função simbólica;
     f) dificuldade de erepresentação mental das diversas noções.


    Conseqüências da má Estruturação Espacial:

    a) não conseguem assimilar os termos espaciais, confundem-se quando se exige uma noção de lugar, de orientação;
    b) às vezes, conhecem os termos espaciais mas não percebem as posições;
    c) embora percebam o espaço que as circundam, não têm memória espacial;
    d) a falta de organização espacial é um fator encontrado também em adultos;
    e) dificuldade em reversibilidade e transposição;
    f) dificuldade para compreender relações espaciais.


    Estruturação Temporal:

    A estruturação temporal não é um conceito inato. Tem que ser construído e exige um esforço, um trabalho mental da criança que ela só conseguirá efetuar quando tiver um desenvolvimento cognitivo mais avançado.
    Inicialmente a criança vivencia seu corpo, tentando conseguir harmonia em seus movimentos. Seus gestos e seus movimentos vão se ajustando ao tempo e o espaço exteriores. Assimilará noções de velocidade e duração próprias a seu dia-a-dia.
    Numa etapa posterior, ela passa a tomar consciência das relações no tempo. Trabalhará as noções e relações de ordem, sucessão, duração e alternância entre objetos e ações. Perceberá as noções dos momentos do tempo, por exemplo, o instante, o momento exato, a simultâneidade  e a sucessão.
    A partir daí ela começa a organizar e coordenar as relações temporais. Pela representação mental dos momentos do tempo e suas relações, ela atinge uma maior orientação temporal e adquire a capacidade de trabalhar ao nível simbólico, essencial aos ensinamentos escolares.


    Os Principais Conceitos Que Devem Adquirir:
 
    a) simultaneidade: movimentos que para serem realizados devem aparecer juntos;
    b) ordem e seqüência: disposição dos acontecimentos em uma escala temporal, de modo que as relações de tempo e a ordem dos acontecimentos evidenciem-se; só aos 5 anos adquire a noção de seqüência lógica;
    c) duração dos intervalos: os fenômenos que acontecem apresentam uma  certa duração - tempo curto e tempo longo - e envolvem as noções de hora, minuto e segundo, isto é, o tempo decorrido;
    d) renovação cíclica de certos períodos: é a percepção de que o tempo é determinado por dias (manhã, tarde e noite), semanas, estações;
    e) ritmo: o ritmo não é movimento, porém este é meio de expressão do ritmo, o ritmo é natural e espontâneo, como o ritmo de trabalho, uns mais rápidos outros mais lentos; são 3 os tipos de ritmos: motor - ligado ao movimento do organismo, como andar e correr, auditivo - trabalhado em associação com algum movimento, como cantar, dançar e tocar instrumento; e visual - envolve a exploração de um ambiente visual muito amplo para ser incluído no campo visual em uma só fixação, a criança precisa desenvolver uma transferência espaço-temporal.


    Difiduldades Que Podem Surgir de Uma Má Estruturação Temporal:

    a) a criança pode não perceber os intervalos de tempo, isto é, não perceber os espaços existentes entre as palavras;
    b) pode apresentar confusão na orientação e sucessão dos elementos de uma sílaba;
    c) pode haver problema de falta de padrão rítmico constante; a falta de ritmo motor ocasiona uma falta de coordenação dos movimentos; o ritmo auditivo está ligado ao motor com os movimentos de dança e de jogos; e a falta de padrão rítmico visual se dá quando as crianças ¨grudam¨ os olhos em um canto da página e não se movem visualmente;
    d) dificuldade de organização de tempo, não prevê suas atividades, muitas vezes não tem noção de horas e de minutos;
    e) uma organização espaço-temporal inadequada pode provocar um fracasso em matemática pois precisam de noção de fileira e de coluna para efetuar a soma;
    f) dificuldades em representação mental sonora, se esquecem da correspondência dos sons com as letras que os representam;
   g) quando ela desenvolveu as estruturas espaciais mas não aindas as temporais, tornando-se uma repetidora de palavras e a criança não percebe o sentido.


    Discriminação Visual e Auditiva:

    Um aparelho auditivo e visual íntegro é um pré-requisito para a aprendizagem da leitura e da escrita.
    A acuidade visual é a capacidade de ver e diferenciar objetos apresentados no seu campo visual com significado e precisão. O que vemos é oriundo de um processo psicofísico que envolve forças gravitacionais, ideação conceitual, orientação espaço-temporal e funções da linguagem.
    Deve também desenvolver a memória visual para reter  e reconhecer os símbolos visuais, como letras, palavras e sinais de pontuação.
    A partir do momento em que ela consegue discrimninar letras, integrar símbolos, desenvolver a memória visual, ela chega a etapa de organização visual.
    Uma perfeita discriminação auditiva pressupõe acuidade auditiva íntegra porém não significa pefeita discriminação dos sons.
     Discriminação auditiva é poder perceber e discriminar auditividamente e sem ambigüidade todos os sons da língua falada.
     Acuidade auditiva é a capacidade de captar e diferenciar sons e a intensidade e a altura que lhes correspondam.
     A memória auditiva também é importante para a retenção e recordação das palavras captadas  auditivamente.





    SEXUAL.


    Desenvolvimento Sexual:

    Para Freud o ser humano ao nascer traz impulsos inconscientes em busca de prazer. Os impulsos naturais foram denominados por ele de Id e são uma tendência sexual inata. Sua causa é a libido, energia sexual, que se encontra inicialmente na boca (1o ano), o prazer é procurado com a estimulação da região oral. No 2o ano, a libido se encontra na região anal, é o período das excreções sólidas. No 3o ano, ela se encontra na região fálica, neste período a criança manipula os seus órgãos genitais em busca de prazer. Durante todas essas o objeto do prazer é o próprio corpo da criança. A partir dessa etapa, e principalmente por volta dos 5 anos, o menino tem uma grande atração pela mãe e a menina pelo pai. A impossibilidade desse amor (complexo de Édipo) leva o menino a se identificar com o pai e a menina com a mãe. Dos 6  anos até a puberdade existe a fase de latência onde os desejos e os impulsos afetivos (sexuais) são recalcados, empurrados para o inconsciente.
    Na puberdade retornam os impulsos com algumas características das fases psicossexuais anteriores, por  exemplo, o negativismo dos 11 aos 13 anos que é semelhante ao dos 2 aos 3 anos; o uso da boca para fumar, assoviar, tocar instrumentos de sopro, beijar, é outra revivência infantil. E finalmente o púbere atinge a fase genital onde está apto para se reproduzir e o objeto para o qual se dirigem seus desejos é o ser do sexo oposto.



    Segundo Gesell há uma Escala de Desenvolvimento Sexual:

    18 meses: a criança usa o termo nenê para crianças de ambos os sexos; é afetuosa com a mãe.
    2 anos: designa os órgãos sexuais com a palavra pipi; distingue homem de mulher pela roupa e cabelo.
    3 anos: menino e menina não querem ser confundidos quanto ao sexo; demonstra interesse por bebês, deseja um em casa, indaga de onde vem o bebê.
    4 anos: sob tensão emocional leva as mãos aos órgãos genitais e talvez deseje urinar; há interesse pelo banheiro dos outros; indaga de onde vêm os bebês e aceita que ¨vem da barriga da mãe¨.
    5 anos: diminui a manipulação dos órgãos sexuais, há desejo de ter um bebê; não relaciona o tamanho do abdômen da gestante com a vinda de um bebê.
    6 anos: certa exibição sexual; alguns são submetidos a jogos sexuais por companheiros maiores, algumas confusões na distinção de machos e fêmeas; interesse do menino  por menina menor.
    7 anos: menor interesse por sexo, interesse pelo papel sexual do homem e da mulher; relações amorosas entre menino e menina; entende que ¨a mulher gorda¨ espera um bebê; interesse por livros de desenvolvimento fetal.
    8 anos: as meninas são mais sensíveis que os meninos; indagam do papel do homem na procriação; o menino entende que um dia se casará  com uma mulher apenas. Meninas perguntam sobre menstruação; separação dos sexos nos jogos: ¨homens prá cá, mulheres pá lá¨, a criança quer informações sobre o lugar exato que o feto ocupa no ventre materno.
    9 anos: interesses por pormenores sobre órgãos sexuais e suas funções; o menino não deseja ser visto pela mãe, quando nú, o mesmo ocorrendo com as meninas em relação ao pai; brincadeiras entre crianças envolvendo noivado e casamento; alguns pensam que poderão ter somente um bebê dentro de si; muitos crêem que nasça por operação cesariana.



    O Sexo na Adolescência:

    Os caracteres primários dizem respeito aos órgãos reprodutores do homem e da mulher.
    Os órgãos masculinos são os testículos, constituídos de canais seminíferos, onde se encontram as células germinativas em diferentes estágios de evolução (espermatozóides). Entre os canais seminíferos encontram-se as células endócrinas intersticiais ou células de Leydig. Os espermatozóides secretados pelos testículos chegam ao meio exterior pelo epídimo, canal deferente e uretra, depois de serem envolvidos pelo líquido expelído pelas vesículas seminais e próstata. Ao conjunto de líquido e espermatozóide chamamos de esperma. Na ejaculação seminal mais ou menos 200 milhões de espermatozóides são expelidos.
    A respeito das células intersticiais dos testiculos, elas produzem os hormônios androsterona e testosterona, que indo para o sangue desenvolverão os órgãos sexuais e assim determinar os caracteres secundários masculinos e responder pelos impulsos de caráter sexual. Estas células dependem da ação de hormônios gonadotrotóficos secretados pela hipófise.
    As glândulas reprodutoras da mulher são os ovários, localizados cada um ao lado superior do útero.
Eles produzem óvulos, que são as células reprodutoras da mulher. Mensalmente um óvulo amadurece, num ou  noutro ovário. Ele é sugado pela trompa de Falópio e chega ao útero. É na trompa que ocorre a fecundação do óvulo pelo espermatozóide. Não havendo a fertilização, o óvulo é expelido com o líquido menstrual.
    Os hormônios femininos começam a ser produzidos após a ação da hipófise, que lança na circulação os gonadotróficos, que estimulam as glândulas reprodutoras. Durante a ovulação, um grupo de células forma uma cavidade cheia de líquido, que recebe o nome defolículo de Graaf. Uma vez exposto o óvulo maduro, o local é ocupado por um líquido amarelo, recebendo o nome  de corpo amarelo. O folículo produz o hormônio estrogênio, que desenvolve os órgãos sexuais femininos, responde pelos caracteres e impulsos sexuais. O corpo amarelo produz o hormônio progesterona, que prepara a mucosa uterina a fim de receber o ovo, o óvulo fertilizado,  e prender o embrião.
    Os caracteres secundários dependem da ação hormonal da várias glândulas. A hipófise produz o lactogênio que estimula as glândulas mamárias durante os últimos dias da gravidez, o luteinizante que provoca a ovulação e age sobre o corpo amarelo, e a oxcitocina que estimula as contrações uterinas durante o parto. O córtex das suprá-renais produz a corticosterona que age semelhantemente ao hormônio masculino.



    Abaixo a Tabela Sobre os Interesses Sexuais das Meninas:

    10 anos: parte das meninas já experimentou algum tipo de jogo sexual; poucas têm informações sobre a menarca (a primeira menstruação); e há noção superficial sobre o casamento.
    11 anos: a maioria compreende melhor a menstruação e o papel da mulher na reprodução; a preocupação diz respeito ao crescimento das glândulas mamárias; desejo de mostrar para as colegas que são adultas.
    12 anos: reserva, preocupação e medo a respeito da menstruação; medo acerca do papel que desempenharão na reprodução; interesse por conversas sobre sexo.
    13 anos: quase todas experimentam os efeitos da menarca; confusão durante a menstruação e idéias erradas a seu respeito.
    14 anos: interesses pelos meninos; sonhos eróticos, fantasias e paixões por ídolos do cinema e da televisão; desejam ser instruídas sobre o namoro.
    15 anos: interesses pela moral; gostam de namorar, dançar e sair em companhia de amigos; ocupadas com a forma do corpo; gostam de usar sapatos com saltos altos, tingem o cabelo, seguem a moda na vestimenta e pintura do rosto.
    16 anos: amadurecidas, compreendem o sentido dos impulsos sexuais; conhecem o papel que deverão desempenhar como mamães; escolhem com mais cuidado companhias masculinas.



    Tabela Sobre os Interesses Sexuais dos Meninos:

    11 anos: início do crescimento dos órgãos genitais de modo a assustar o púbere; os meninos estão interessados em ser homens em traje, hábitos e vícios; indagam-se sobre problemas sexuais; não se preocupam com as meninas.
    12 anos: há muitas diferenças individuais; inicia-se numa parte a puberdade; meninos trocam idéias sobre sexo e contam idéias chistosas; preocupam-se com o papel sexual do homem e da mulher; masturbação.
    13 anos: primeira ejaculação se faz presente em alguns meninos; aumento gradativo da masturbação, freqüente em 80% dos meninos, enquanto apenas 20% das meninas se masturbam (na sociedade norte-americana); procuram livros sobre sexo; querem conhecer o corpo das meninas.
    14 anos: transição entre a meninice e a idade adulta; estão preocupados em apresentar um corpo elegante; pensam que a acne é devida a mastrubação; penteiam-se várias vezes ao dia; menos interessados nas meninas do que elas neles; são ainda narcisistas; ao serem encarados pelos adultos, baixam o semblante; pensam que a mastrubação faz mal e é pecado.
    15 anos: predominam os interesses  sexuais; ocupam-se em namorar; aumenta a masturbação; querem chamar a atenção das meninas; deixam os cabelos longos demais ou os raspam; praticam esportes desejando vencer para conquistar garotas; vestem-se bem e procuram pentear-se como artistas da televisão e do cinema.
    16 anos: namoros freqüentes; muitos já experimetaram algum tipo de contato físico com as meninas; querem conhecer assuntos ligados à vida sexual das mulheres com as quais mantiveram contatos amorosos; fumam, bebem e procuram amigos famosos entre os jovens; deixam-se influenciar por idéias correntes; a vida é o presente; o sexo ocupa papel de destaque nesta etapa da vida.



    Problemas da Relações Sexuais Pré-maritais:

    Não temos o interesse de aprovar o intercurso sexual pré-marital devido há alguns argumentos lógicos que justificam nosso sistema de casamento e família mesmo havendo outras sociedades que o aprovam. Assim:

    * O adolescente nos centros industriais não adquire uma filosofia de vida e  de trabalho que lhe permita resolver com segurança os problemas sexuais, assim ele pode  se tornar vítima dos seus próprios instintos sexuais.
    * Nesta fase da vida em que a mobilidade é tônica, tanto nas idéias qunto nos sentimentos, os jovens não são capazes de ter opinião firme a respeito do assunto.
    * Os problemas sexuais criam tensões emocionais e os jovens precisam, antes do casamento, conhecer muito bem sua natureza orgânica, a causa dos seus impulsos e desejos.
    Do ponto de vista biológico há dois riscos nas relações sexuais dos jovens com vida comum:
    * Doenças venéreas e a falta de conhecimento acerca da profilaxia e tratamento das mesmas, principalmente por parte da mulher.
    * Medo da gracidez, que tem diminuido em virtude do uso de anticoncepcionais; e há abortos como fuga do problema.
    Do ponto de vista social há três riscos:
    * A experiência pré-marital com situações insatisfatórias nas quais se desenvolve, cria sentimentos hostis entre os dois jovens que se amam, destruindo os laços de afinidades que geraram o amor; eles chegam ao extremo de evitarem as ligações sexuais, desunindo-se.
    * A sociedade valoriza muito a castidade (da mulher): é um fato que a jovem não pode ignorar; quando mantêm relações sexuais antes do casamento ela e o rapaz acabam por sentir culpa de alguma coisa devido a contradição existente na sua consciência: atender as expectativas sociais ou as pessoais?
    Neste campo, os maus hábitos nas relações amorosas existem a continuam, após o casamento. Há uma certa promiscuidade espiritual, e assim sentimento de culpa, ou seja, de ter quebrado uma norma social e moral, o que prejudica o casamento e torna o lar, não raro, um ambiente hostil, o que prejudica a personalidade em desenvolvimento.
    Finalizamos que a natureza não se preocupa com a felicidade mas sim com a manutenção de sua espécie, e que a falta de conhecimento a respeito da propagação ou da importância de ser feliz antes ou depois das relações sexuais é um forte argumento contra as relações pré-maritais.




    DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL

    Nos estados emocionais é destacada a participação do sistema nervoso autônomo, nervos simpáticos e nervos parassimpáticos, que recebem descargas energéticas do hipotálamo e acionam músculos lisos, o miocárdio (músculo estriado do coração) e as glândulas. Assim o sistema digestivo sofre grandes alterações em seu funcionamento quando a criança se encontra sob tensão nervosa, deste modo, com medo, raiva, aflição, etc..
    O hipotálamo dirige as reações emocionais. Quando reage aos estímulos envia para o córtex cerebral a análise dos excitantes recebidos. Assim, enquanto se reage emocionalmente, tem-se uma leve consciência do que está acontecendo. Posteriormente, o córttex fica condicionado. Ante as reações emocionais o córtex reage e atua sobre o tálamo e provoca estados psicológicos de prazer e de desprazer. As reações mais lentas, mais dependentes do córtex do que do tálamo, são chamadas de sentimentos.


    As Emoções  nas Crianças: Tabela Sobre Suas Reações:

   Nascimento: excitação generalizada.
   3 meses: excitamento, aflição, prazer.
   6 meses: excitamento, medo, desprazer, raiva, aflição, prazer.
   1 ano: excitamento, medo, desprazer, raiva, aflição, prazer, alegria, afeição.
   1 ano e 1/2: excitamento, medo, desprazer, prazer, raiva, ciúme, alegria, afeição por crianças, afeição por adultos, aflição.
   2 anos: excitamento, medo, desprazer, raiva, ciúme, aflição, prazer, júbilo, alegria, afeição por adultos, afeição por crianças, há um certo equilíbrio emocional.
   3 anos: normalmente contente, alegre, serviçal.
   4 anos: menino briguento, agressivo e com repentes de humor; menina dócil.
   5 anos: acomodação.
   6 anos: emocional, dominadora, critica os demais.
   7 anos: sensíveis.
   10 anos: equilibradas.
   11 anos: têm repentes.
   O equilíbrio emocional da criança depende da forma como as pessoas que respondem pela sua educação atendem à sua necessidade de segurança.


   O Amadurecimento Emocional do Jovem:

   Até os 7 anos a família é quem controla as reações da criança e a leva a ter reações condinzentes em relações as situações em que se encontra. Depois dos 7 anos o grupo de amigos no curso primário e, posteriormente, depois dos 11 anos na escola secundária, o grupo de adolescentes, são responsáveis por algumas reações do jovem. A tranqüilidade do lar confere ao adolescente segurança e alegria. Compreendemos que o adolescente só atinge a maturidade por volta dos 18 anos e se esforça para alcançá-la procurando frear suas explosões temperamentais.


   O Amadurecimento Emocional da Jovem:

   As meninas são obrigadas a reprimir mais suas reações afetivas que os meninos. A mulher revela maior afeição pelos pais e essa afeição se dirige depois a uma amiga ou a ídolos do cinema ou da televisão, das ciências e das letras. Os pais agressivos e prepotentes da sociedade patriarcal prejudicam o normal desenvolvimento da jovem. Geralmente na adolescência existe uma supersensibilidade e também uma instabilidade que só desaparece por volta dos 16 anos. Há arroubos afetivos, amores transitórios, entusiasmos fáceis e cambiantes; também se observa um certo sentimento de vergonha no início da adolescência, pelas transformações físicas que se apresentam. Fantasias, sonhos e desejos de independência afetiva são características normais nestas etapa da vida. Ao fim dos 16 anos a jovem já está emocionalmente amadurecida.


   A Ansiedade dos Adolescentes:


   É causada por problemas de adaptação à vida escolar. Provas, atritos com colegas e professores geram mal-estar. Desejo de ser bem conceituado pelos colegas.
   Discussões com pais e irmãos; falta de interesse dos familiares por seus problemas, tais são as causas dos dissabores no lar.
   Vida com amigos, que fazem críticas, têm hábitos diferentes, magoam e são magoados, são mais pobres e mais ricos, tais são algumas das fontes de constante ansiedade.
   Opção vocacional: o adolescente não é geralmente orientado e os familiares tentam  atuar sobre seus desejos.
   Vida religiosa: dúvidas, discussões, reflexão constante. Há conflitos com pais e familiares, que geram ansiedade duradoura.
   Saúde: preocupação com os problemas gerados por mudanças fisiológicas. A fadiga diária (trabalho excessivo dos músculos) cria mal-estar.
   Indumentária: preocupação com as roupas, trajar-se como os colegas, acompanhar a moda.
   Dificuldades emocionais mais salientes: sentimento de inferioridade, depressão, descontentamento na escola, timidez, medos específicos de várias espécies, casos amorosos, conhecimento inadequado sobre questões sexuais.






   INTELECTUAL


   Desenvolvimento Intelectual

   

    LINGUAGEM.
    SOCIAL.
    MORAL.
    BRINQUEDO.
5. O QUE É PERCEPÇÃO?
6. O QUE É SENSAÇÃO?
7. O QUE É ATENÇÃO?
8. O QUE SÃO MOTIVO E MOTIVAÇÃO?
9. O QUE É DESEJO?
10. O QUE É NECESSIDADE?
      O BEHAVIORISTA
11. O QUE É RESPOSTA?
12. QUAIS OS TIPOS DE RESPOSTA?
13. O QUE É ORGANISMO?
14. O QUE SÃO CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS?
15. O QUE SÃO EVENTOS?
16. QUAIS SÃO OS EVENTOS?
17. EVENTOS ANTECEDENTES.
18. EVENTOS BIOLÓGICOS.
19. EVENTOS SOCIAIS.
20. EVENTOS CONSEQÜENTES.
21. EVENTOS LINGÜÍSTICOS.
22. QUAIS AS FUNÇÕES DOS EVENTOS?
23. MICRO E MACRO ANÁLISE-FUNCIONAL.
24. MAXIMIZAÇÃO (OTIMIZAÇÃO): CUSTOS E BENEFÍCIOS COMPORTAMENTAIS.
25. COMPORTAMENTO.
26. COMPORTAMENTO REFLEXO.
27. COMPORTAMENTO OPERANTE.
28. REFLEXO INCONDICIONADO.
29. REFLEXO CONDICIONADO.
30. CONDICIONAMENTO RESPONDENTE.
31. CONDICIONAMENTO OPERANTE.
32. EXTINÇÃO.
33. RECUPERAÇÃO ESPONTÂNEA.
34. GENERALIZAÇÃO.
35. DISCRIMINAÇÃO.
36. PUNIÇÃO.
37. FUGA.
38. ESQUIVA.
39. CONTINGÊNCIA COMPORTAMENTAL.
40. MODELAGEM DE COMPORTAMENTO.
41. COMPORTAMENTO SOCIAL.
42. CADEIA COMPORTAMENTAL.
43. REFORÇADORES PRIMÁRIOS.
44. REFORÇADORES POSITIVOS.
45. REFORÇADORES NEGATIVOS.
46. COORDENADA EMOCIONAL.
47. EVENTOS PARTICULARES.
48. COMPORTAMENTOS PÚBLICOS.
49. 3 TIPOS DE CONTINGÊNCIAS.
50. REPERTÓRIOS COMPORTAMENTAIS BÁSICOS.
51. COMPORTAMENTO VERBAL.
52. COMPORTAMENTO GOVERNADO POR REGRAS.
53. COMPORTAMENTO MODELADO POR CONTINGÊNCIAS.
54. COMPORTAMENTO DESVIANTE.
55. COMPORTAMENTO ANORMAL.
56. COMPORTAMENTO ASSERTIVO.
57. COMPORTAMENTO INASSERTIVO.
58. EQUIVALÊNCIA DE ESTÍMULOS.
59. QUADROS RELACIONAIS.
60. OS SONHOS.
61. O AMOR.
62. AS INTERAÇÕES: ORGANISMO-AMBIENTE.
63. O ENFOQUE CONTEXTUAL PARA A MUDANÇA TERAPÊUTICA.
64. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.




Osny Mattanó Júnior.
Professor e Pesquisador de Psicologia.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O HOMEM COMO SER BIO-CULTURAL (1993/1994).

O HOMEM COMO SER BIO-CULTURAL (1993/1994).


          A busca e a necessidade humana pelo próprio ser humano e a força que a movimenta para o seu conhecimento enquanto ser que existe, principalmente, nestes últimos 30 anos, fez com que os estudos para a discussão de sua origem se voltassem para os relatórios arqueológicos que possibilitassem o encaminhamento para a compreensão de sua existência.
          Em conseqüência disto, a procura da origem da raça humana sustenta três tipos de teorias de nossa árvore genealógica. Os ¨monofiletistas¨ defendem uma (mono) linha de descendência. Os ¨polifiletistas¨ defendem muitas linhas de descendência - acreditam que nossa raça seja constituída de uma série de influências independentes que se fundiram durante o curso de milênios. E enfim, um grupo de origem recente (de 1925 aproximadamente), que defende a probabilidade da ¨zona de hominização¨, isto é, uma área limitada, porém bastante ampla da face da Terra, de características relativamente uniformes, onde uma vasta população de indivíduos estreitamente relacionados (alguma espécie terciária dos primatas superiores) foi afetada de modo simultâneo por uma série de mutações genéticas que levou ao surgimento de uma considerável variedade de formas humanas. Tanto as evidências da genética moderna quanto as recentes descobertas no sul e leste africanos de uma surpreendente variedade de criaturas hominídeas primitivas, indo da estatura dos anões (Plesiantropo) até gigantes (Parantropo robusto) tendem a apoiar esta última versão. E assim os primatas, que temos agora que aceitar como nossos primeiros primos, são os macacos desenvolvidos da África, o gorila e o chimpanzé, não o orangotango e o gibão do Sudeste Asiático, mais distantes da descendência humana, ou zona de hominização.
         Assim o período de evolução caracteriza-se pela descoberta de diversos grupos e subgrupos de fósseis. Fósseis, aliás, que comprovam que alguns grupos sofriam mutações favoráveis para resistir e superar dificuldades que comprometessem e sua existência, pois há uma seqüência evolutiva observada em suas capacidades de caça, locomoção e comunicação, entre outras, ao logo dos tempos. É claro, que as mutações não implicam, necessariamente, que a evolução e melhor adaptação e satisfação de necessidades de um grupo refere a não existência de outro, pois foram encontrados, vivendo na mesma época, o Homo Erectus (que é caracterizado pelo ganho da posição ereta) e o Homo Sapiens (Homem de Nandertal - homem do gêlo e das cavernas) (que se caracteriza pelo nascimento da crença em vida após a morte - pela simbologia - pois havia vestígios de alimentos e ferramentas junto aos fósseis encontrados). Sabe-se, pois, que quem melhor se adaptou e se satisfez, mais vida e possibilidades de vida desfrutou e, possivelmente, foi alvo de novas necessidades até os dias de hoje.
          O homem, a partir disso, se encontrou enquanto espécie como outra qualquer do reino animal, salvo suas capacidades que o possibilitaram a estudar seu próprio universo e, até mesmo se auto-questionar, e assim começou e tomou forma as suas concepções constituintes da evolução do Homem - a bio-culturalidade.
         Algumas ciências em constante desenvolvimento permitiram aperfeiçoar essa compreensão, sendo elas a Física, a Biologia, a Ecologia e a Etologia que abaixo discutiremos.
         A Física traz a discussão da entropia e da neguentropia. A entropia caracteriza-se como sendo um elemento dificultador para a sobrevivência da espécie e a neguentropia é a reorganização frente a esse elemento provocador de dificuldades para a sobrevivência. Sabe-se que todo ser vivo cresce e desenvolve-se pela superação de ruídos, isto, pois, é o que provoca/causa desorganização (entropia). A sobrevivência depende da transformação da entropia em neguentropia (reação ao meio desorganizado - provocar uma nova ordem  a partir da desordem). Os seres que estão à mercê do ambiente deixam de existir pois não têm como reagir às adversidades do meio em questão.
       A Biologia a partir dessas categorias explana que todo ser vivo para se desenvolver biologicamente pode ou não causar ruído (elementos que ele não tem controle) e com o ruído o ser vivo adapta-se a essa nova situação para uma nova auto-reconstrução para a vida a partir da entropia. O ruído pode ser importante para a evolução biológica da espécie. A diversidade das espécies também implicam em ruído.
        A Ecologia vai pensar a natureza como um organismo global - havendo interação entre os seres numa relação entrópica e neguentrópica.
        E a Etologia permitirá, a partir desses pressupostos, uma nova compreensão para o entendimento do Homem. Ela entenderá que todas as espécies têm comportamentos muito complexos, sendo eles organizados e organizadores e, que quanto mais alta a escala filogenética mais alta a manifestação emocional. Assim sendo, comportamentos como o namoro, angústia, ansiedade, depressão, afetividade, etc., estão associados, também incluindo suas formas de manifestação, com o  desenvolvimento das mesmas em escala filogenética, ou seja, a partir dos mamíferos os níveis de afetividade, ansiedade, depressão, etc., começam a atingir o auge emocional, aplicando-se ao Homem o auge.
          E assim vemos que o Homem não é um ser que rompeu com a sua natureza animal, pois dela adveio, o humano apenas caracteriza-se pela civilização e pelas leis que mantêm a sua ordem.
          Em vista disso, traçamos dois comentários para imaginar as atividades rituais das primeiras sociedades e as suas relações com a nossa.
         Segundo o Dr. Wolgang Köhler em seu livro Metality of Apes (A Mentalidade dos Macacos), os chimapnzés apresentam comportamentos muito próximos do homem - isto conforme Joseph Campbell em As Máscaras de Deus: mitologia primitiva de 1959.
         Köhler descobriu que os chimpanzés estabeleciam inexplicáveis vínculos com os objetos sem  qualquer utilidade para eles e andavam com tais objetos por dias a fio em uma espécie de bolso natural no baixo ventre. Uma fêmea adulta chamada Tschengo apegou-se a um apedra redonda polida pelo mar. ¨De maneira alguma você conseguis tirar-lhe a pedra¨, diz Köhler, ¨e, à noite, o animal levava-a para seu aposento e seu ninho¨ conforme Joseph Campbell cita e comenta em As Máscaras de Deus: mitologia primitiva.
         A segunda observação é de natureza social. Tschengo e outro chimpanzé de nome Grande inventaram  uma brincadeira de girar e girar que foi imitada por todos os outros. ¨Qualquer jogo a dois¨, escreve o Dr. Köhler, era capaz de acabar nessa brincadeira de ¨pião¨, que parecia expressar o clímax de uma amistosa joie de vivre. A semelhança com a dança humana tornou-se mesmo impressionante quando as voltas eram rápidas ou quando Tschengo, por exemplo, estendia os braços horizontalmente enquanto girava. Tschengo e Chica - cuja atividade preferida durante o ano de 1916 era esse ¨rodopio¨ - por vezes combinavam com as rotações um movimento para a frente e assim giravam lentamente em volta de seus próprios eixos e pela área que lhes era destinada.
         Todo o grupo de chimpanzés, às vezes, unia-se em padrões de movimento mais elaborados. Por exemplo, dois lutavam e caíam perto de um poste, logo seus movimentos se tornavam mais regulares e tendiam a descrever um círculo tendo o poste como centro.
         Um por um, o resto do grupo aproxima-se, junta-se ao dois e, finalmente, marcham todos de maneira ordenada em volta do poste. O caráter de seus movimentos muda; eles não andam mais, trotam, e como regra, dando ênfase especial a um pé, enquanto o outro pisa levemente, desenvolvendo assim algo próximo de um ritmo e tendendo a ¨manter o compasso¨entre si....
        ¨Parece-me extraordinário¨, concluiu Köhler, ¨que pudesse surgir de modo espontâneo, entre os chimpanzés, algo que sugere tão fortemente a dança de algumas tribos primitivas¨.
        A crise psicológica que chamamos de  ¨arrebatamento¨ já está presente e o júbilo nos padrões de movimento do grupo, subjacente tanto no ritual quanto na arte da dança, também é evidente. Notamos, além do mais, o surpreendente detalhe do poste central, que nas mitologias mais avançadas é interpretado como a Árvore Cósmica que une e sustenta o mundo, a Montanha do Mundo, axis mundo ou santuário sagrado, para o qual devem ser orientadas tanto a ordem social quanto as meditações do indivíduo. E, finalmente, temos aquele maravilhoso senso de brincadeira, sem o qual nenhum jogo de faz-de-conta mitológico e ritual jamais poderia ter chegado a existir. Já se pode ver que no ato de brincar são descobertos novos e fascinantes estímulos, provocadores de energias, unindo os grupos à maneira, não da economia, mas da ação livremente traçada - o que quer dizer a arte, segundo Joseph Campbell.
        O ser vivo é capaz de se adaptar e transformar o meio ambiente ao mesmo tempo que é transformado para viver num ecossistema onde tudo o que há interrelaciona-se. Seja na produção de ruído com a saída da indivíduos de floresta (seu sistema) para a savana, onde necessariamente para a sua sobrevivência deverá ocorrer a reorganização de seus relacionamentos com a natureza e com seus semelhantes, ou até mesmo nas relações que o indivíduo tem consigo, a nível trófico e de auto-conhecimento.
       Eis que o fogo é descoberto nesse sistema de reorganização e por fim passa a ser sinal de organização do social, pois com o fogo o grupo se permitiu regular seu sistema de proteção contra possíveis predadores.
       E a caça passa a ser uma práxis fundamental para o desenvolvimento do indivíduo (Hominídeo), pois com a saída da floresta para a savana ela teve que desenvolver técnicas para poder sobreviver, já que em meio onde há pouco vegetal a alimentação é quase sempre animal, e o indivíduo criou novas práticas onde a caça e o aperfeiçoamento da técnica foram fundamentais para ele e, ocorreram mutações e nível maxilar e em suas mãos, pois era necessário face ao processo de adaptação.
       Neste primeiro momento, verificamos o que pode ser o primeiro momento de organização social humana, pois com a saída dos primatas (chimpanzés e babuínos) para as savanas eles começaram a se organizar diferentemente dos gorilas e orangotangos, pois novas situações eles encontraram e descobriram o fogo como regulador social, visto que, este regulava, até mesmo, o sono e conseqüentemente o pensamento a nível imaginário (os sonhos).
      Destacamos abaixo a importância da organização social que adveio com o surgir de novas situações ambientais e, por conseguinte, o controle social.
      Como sabemos há diferenças entre as sociedades dos babuínos e as dos chimpanzés, por exemplo: entre os babuínos o macho é dominante, a fêmea mais velha tem mais autoridade sobre as mais novas e os jovens babuínos ficam a margem da sociedade - a única saída para um jovem babuíno sobreviver é encontrar uma jovem e formar um novo grupo, isto, pois, se mostra uma transfiguração, um ascender social. Já os chimpanzés têm relação mais exibicionista, pois a fêmea muitas vezes dribla o seu par para acasalar-se com outro macho - sua sociedade é descentralizada, já que entre os machos há menos hostilidade, talvez porque na savana a organização é mais difícil, visto pois que para a manutenção da espécie faz-se necessária  a cooperação entre os indivíduos frente aos perigos propiciados pelos animais hostis ou predadores.
       Assim para os jovens hominídeos a marginalidade passa a ser desfeita, mas os jovens ficam subordinados aos adultos. E a necessidade de endoculturação aumenta a duração biológica da espécie, pois são ensinados todos os conhecimentos adquiridos (a práxis) de caça e socialização. Insinua-se aqui a criação da imagem do pai, sendo que este é que ensinava aos jovens, e assim foi sendo comum esta prática de ensinamento.
       Entre os hominídeos a criança passa a não ter condições de se agarrar a sua mãe  e segundo antropólogos a demonstração da afetividade  e de fraternidade entre os primatas durante a caça é a primeira demonstração simbólica do homossexualismo - durante a caça formavam-se grupos de caça que assim os riscos contra os predadores seriam menores - ¨reduziriam assim as condições adversas do meio ambiente em busca de sucesso, sobrevivência e realização¨ (Tântala).
      Tudo o que estava sendo aprendido através da caça (por exemplo) devia ser ensinado aos filhos (e a práxis cada vez mais tornava-se mais complexa) - a transformação da informação adquirida necessitava de meios mais elaborados e práticos, de uma simbologia ou linguagem adequada para as suas  reais necessidades comunicacionais - as linguagens cinésica e proxêmica não estava dando conta de todo o conhecimento - o termo linguagem cinésica refere-se a gestualidade como fator de comunicação, então são gestos, expressões musculares e posturas dos indivíduos que acabam por demonstrar estados afetivos nas mais diversas situações. O termo linguagem proxêmica refere-se a outro fator comunicacional, sendo ele, a territorialidade entre os indivíduos do mesmo grupo, ou, até mesmo, entre diferentes grupos - segundo Edward T. Hall em A Dimensão Oculta: ¨A hipótese por trás do sistema de classificação proxêmica é a seguinte: está na natureza dos animais, inclusive o homem, apresentar o comportamento que chamamos de territorialidade. A distância específica escolhida depende da transação; a relação dos indivíduos em interação, como eles se sentem e o que estão fazendo¨. Então a linguagem verbal estabelece-se na medida em que se complexifica associação de sons emitidos para a mediatização por símbolos das relações com a natureza e com seus semelhantes. Sabe-se que a associação de sons só se concretizou com a realização evolutiva dos primatas que deixaram as florestas, pois como demonstram estudos atuais sobre o desenvolvimento da fala, uma das principais características desta efetuação está no balbucio.
       Uma das dificuldades principais para o desenvolvimento da fala (como a conhecemos) no macaco é a ausência do balbucio. Enquanto um bebê balbucia para si mesmo por horas sem fim, num estágio comparável de desenvolvimento, o bebê chimpanzé permanece quieto. Em geral, por vários dias, o chimpanzé não pronuncia um único som. Logicamente, um nível operante maior que zero é um requisito para fortalecimento, pois alguma coisa deve existir para se reforçar.
       Nota-se outro aspecto importante para a produção da linguagem, a repetição da própria produção vocal. Esta alteração possibilita o fortalecimento de determinados sons que são da língua materna. A medida que os sons se complexificam e associam-se por meio do fortalecimento (sorriso, sons, carícias, etc.), percebe-se que outras emissões sonoras deixam de existir gradualmente e permanecem aquelas que combinam com a comunidade.
       Seguindo isto, uma família tentou criar, desde o nascimento, um chimpanzé e tentou ensiná-lo a falar. A tarefa foi difícil, porque o macaco, à primeira vista, não emitia som operante algum. Os únicos sons que produzia eram gritos reflexos quando alimento ou outros eliciadores apareciam... eventualmente, um som ¨ahhha¨ emitido apareceu, espontaneamente, num dia e mostrou-se ser reforçável. O macaco aprendeu, eventualmente, a dizer ¨Mama, Papa e Cup...¨ (J. R. Millenson, s/d.).
       Destaca-se, então, este aspecto que certamente adveio com a evolução dos hominídeos, pois os macacos estão desprovidos de complexificação balbucial. E o hominídeo passa a ser o precursor da intencionalidade persuasiva - a linguagem verbal além de ser instrumento de comunicação, passa a ser de organização social, pois é pela linguagem que se estabelece o processo de endoculturação, e posteriormente, a organização. A linguagem fez o Homem pois é portadora de saber adquirido e detentora de cultura. A cultura é um conjunto de saberes conscientes e na maior parte das vezes inconscientes, pois é adquirida, ou seja, aprendida pela socialização. A cultura é transmitida para que ela se perpetue, face que é indispensável para a sobrevivência da espécie, já que se não são aprendidas (por exemplo) as estratégias de caça, possivelmente o grupo acabará sedo reduzido pela ação dos mesmos, pois não detém saber apropriado para a caça e o que a envolve, como as regras de proteção e ataque durante a tarefa. Salientamos aqui que existiram regras inovadoras, mas que não foram indispensáveis para a sobrevivência dos primatas - este grupo de regras dispensáveis para a perpetuação de suas espécies são conhecidas como proto-cultura.
       A cultura é um processo gerativo que estabelece conhecimento para sua descendência, e este conhecimento sofre ação da regeneração, pois sua descendência está em tempo e espaço diferentes do original.
       A composição biológica certamente não pode acompanhar a necessidade real do hominídeo (pois o hominídeo dependia de mutações para sobreviver) e a velocidade que surgiam novos saberes para manutenção da espécie determinam que só poderia haver transmissão de conhecimento com eficácia por intermédio da linguagem verbal, eram muitas informações a nível genético e advêm mutações e ao adquirido se realiza somente com complexidade cerebral - geneticamente se configura um cérebro mais competente para a necessidade organizadora.
       Assim a cultura necessita de um cérebro para existir - caso contrário seria somente produção de proto-cultura, sendo deste modo o Homem um ser bio-cultural (com complexidade cerebral e organizadora). O sistema conservador possui o adquirido e isso também passa a ser agente da evolução. Por fim, o cérebro constitui-se como sendo o epicentro da construção do ser humano e concomitantemente ao desenvolvimento cultural surgiu o Homo Sapiens Sapiens.
       No entanto, não se pode descartar da história filogenética da nossa espécie o nenhum consenso sobre as categorias instintivas na espécie humana.
       Estudiosos apresentam listas significativas de instintos animais, ¨como o sono, a busca de alimento, a fugo do perigo, o combate em autodefesa, luta e rivalidade  sexuais, cortejo, acasalamento e comportamento parental (formação de ninhos, proteção de filhotes, etc.)¨ (Campbell, 1992, pp.51). ...que proporção dela pode ser passada para a esfera humana, ainda não se sabe. Em primeira instância poder-se-ia supor que a busca de alimento, o sono, a autoproteção, o cortejo e o acasalamento e algumas das atitudes parentais deveriam ser instintivas. Mas, permanece sem resposta a questão a respeito de quais são os estímulos sinais que podem ser tão imediatamente conhecido pelo interior humano (Campbell, 1959, pp.52).
       Com o propósito de explicarmos pistas que contribuam para  o entendimento de que esta questão pode e deve ser melhor explorada, ilustraremos a proposição com duas das manifestações comportamentais de animais - isto pode intrigar-nos.
       As tartarugas marinhas após depositarem os ovos em um ponto da praia que a maré não alcança, cobrem-os e voltam para o mar, e passados dezoito dias, minúsculas tartarugas saem pela areia e correm para a forte rebentação das ondas tão rapidamente quanto podem, enquanto as gaivotas descem ruidosas para apanhá-las (Campbell, 1992). E ¨os pintinhos, que mal saídos de suas cascas já correm em busca de proteção quando se avizinha um falcão, não fazem o mesmo ante uma gaivota, um pato, uma garça ou uma pomba. E ainda mais, se fizermos sobrevoar por cima de um galinheiro um falcão de madeira preso à ponta de um arame, os pintinhos reagirão como se fosse verdadeiro, ao passo que se movimentarmos esse simulacro como se voasse para trás, os pintinhos não reagirão.¨ (Campbell, 1992, pp.39).
       Como diz Campbell: ¨não se poderia desejar uma representação mais vivida da espontaneidade e da busca do ainda-não-visto. Não se trata aqui de um aprendizado por tentativa e erro. Eles sabem que precisam apressar-se, sabem como fazê-lo e sabem exatamente para onde estão indo.¨
       Os estudiosos do comportamento animal cunharam o termo ¨mecanismo liberador inato¨ (IRM = innate releasing mechanism), para designar a estrutura herdada do sistema nervoso  que permite ao animal reagir diante de uma situação jamais vivida anteriormente, e denominam ¨estímulo sinal¨ ou ¨liberador¨ ou fator desencadeante de reação. É óbvio que a criatura viva que reage a tal sinal não pode ser o indivíduo, já que não teve conhecimento prévio do objeto ao qual está reagindo. O sujeito que reconhece e reage é, antes, algum tipo de trans ou superindivíduo, habitando e vivendo a criatura viva. Não vamos especular aqui sobre a metafísica deste mistério, pois, como Schopenhauer sabiamente observa em seu ensaio sobre O Propósito da Natureza, ¨estamos imersos em um mar de mistérios inescrutáveis, sem saber compreender o que nos rodeia e tampouco a nós mesmos.¨ (Campbell, 1959, pp.38-39).
        Em vista do exposto acima, pode-se acreditar que existem mecanismos liberadores inatos em nossa espécie e, que, com o estabelecimento do processo gerativo e regenerativo de práticas para a manutenção da vida, ou seja, cultura, que é necessária para a vida, pois envolve a linguagem, e, até mesmo, o imaginário. O imaginário dá-se pela ausência, vem , então, o desejo de representações, crenças e sentimentos segundo a Filosofia, a Psicologia e a Psicanálise, o Dr. Carl G. Jung escreveu: ¨a cultura está além do propósito da natureza¨, ¨...quando vivo numa casa que sei que vai ruir sobre minha cabeça dentro das próximas semanas, todas as minhas funções vitas são enfraquecidas por esse pensamento; mas se, pelo contrário, sinto estar seguro, posso morar ali de uma maneira normal e confortável¨ (Campbell, 1992, pp.108-109), - se eu tenho um bom dia minha noite também será, terei um bom sonho e serei melhor no dia seguinte, - Jung referia-se aqui ao confronto de todos os homens com o irresistível Rei Morte. Segundo Jung, a pregação, religiosa ou não, de vida após morte é uma questão de ¨higiene psíquica¨ e revitalizante. Assim, se o homem dependesse apenas da transmissão genética para aprender os novos meios e técnicas de sobrevivência, certamente não resistiria após deparar-se em meio as savanas.
        Entende-se, então, que a partir da paleossociedade (o primeiro momento de organização social do homem (que consubstancia-se quando o hominídeo está nas savanas e necessita de regras para sobreviver)) originou-se a arquissociedade (o segundo momento da sociedade humana (sendo esta, adequada ao Homo Sapines, pois indica maior complexidade decorrente de todos os elementos da evolução)). Sabe-se, também que a paleossociedade substanciou elementos que persistem em comum nas diversas sociedades, como por exemplo, o tabu do incesto (que diz respeito a regras que orientam com quem se pode casar).
        Então, a partir da paleossociedade a sociedade humana tornou-se melhor e mais diversa. Pois a complexidade cerebral e  a complexidade cultural instauram novas formas de complexidade social. A partir disto instauram-se relações microssociais e macrsossociais, a família e a sociedade envivecida pela educação secundária, mas fundamental, a escola, a religião, o trabalho e uma nova família.
       Assim o microssocial determina as primeiras noções de quem é aparentado. Com esta prática tornando-se comum no meio social a estrutura familiar vai se tornando permanente.
       E através da macrossociedade, se instaura a exogamia e, por conseguinte, o tabu do incesto que associam-se para catalisar uma nova sociedade. A exogamia também vai favorecer uma mistura e alargamento genético, ou seja, as diferenças entre os indivíduos, ao passo que vai restringir eventuais evoluções ou alterações genéticas (mutações), por exemplo, pessoas que possuem alterações na forma dos pés para melhor efetuar as necessidades de locomoção em terrenos áridos, podem, até transmitir essa alteração morfológica para sua comunidade, pois possibilitarão um melhor rendimento para estas necessidades, mas certamente não haverá a multiplicação deste fato em meios sociais em que a alteração morfológica seja dispensável, ou melhor, não sejam compatíveis com os padrões sociais de beleza, deste modo peculiar sendo considerada uma aberração. Assim a exogamia é um fato cultural que pode desencadear uma questão genética e instaurar uma nova comunicação - a da comunidade.
       Paralelamente a isso observamos que a complexidade cerebral impossibilita o homem a dar uma única resposta para o real. Visto que o imaginário surge da complexidade cerebral que acabou dando, por necessidade, respostas ao mundo real. A simbolização, um conjunto de símbolos de significado constante, e a decodificação deles é feita pelo cérebro, que pode  ser considerado como sendo ¨demente¨, pois é incapaz de dar uma única resposta ao mundo real. Assim, destacamos que dessa necessidade imaginária o Homem criou deuses que influenciam nossas vidas. Esta arquicultura serve para instalar novas manifestações organizadoras, já que o homem tem a necessidade de identificar-se com alguém/algo - por isso, a magia, a religião e os mitos são necessários para a vida.
       Com a arquissociedade e conseqüente arquicultura o Homem percebe a questão da individualidade, pois cada indivíduo tem sua história de vida, e se dá conta de que, até mesmo, a capacidade cerebral vai aproveitada diferentemente pelas sociedades.
       Por exemplo, a história de Actéon, do período clássico tardio, conforme apresentada em As Metamorfoses de Ovídeo, fala de um caçador, um jovem vigoroso no apogeu de sua virilidade que, andando à espreita de veados com seus cães, deparou com uma corrente de água que acompanhou até a fonte, onde irrompeu diante da deusa Diana banhando-se, cercada por uma plêiade de ninfas nuas. E o jovem, que não estava preparado espiritualmente para tal imagem sobrenatural, olhou-a como homem; percebendo isto, deusa lançou seus poderes e transformou-o num veado, que seus próprios cães imediatamente farejaram, perseguiram e estraçalharam (Campbell, 1959, pp.62).
      No nível comum de uma típica leitura freudiana, este episódio mítico representa a ansiedade lasciva de um menino descobrindo sua mãe; mas de acordo com uma tendência referencial mais sofisticada e ¨sublimada¨, mais apropriada à esfera pós-alexandrina da arte de Ovídio, Diana era uma manifestação da deusa-mãe do mundo, que já encontramos como rainha Ísis e que, como ela própria nos disse, era conhecida nas culturas mediterrâneas por muitos nomes.
       O estado do bebê no útero é o da bem-aventurança - uma bem-aventurança passiva - um estado de ser comparado ao da beatitude no paraíso. No útero, o bebê é inconsciente da alternância do dia e da noite ou de qualquer das imagens de temporalidade. Não deveria surpreender, portanto, se as metáforas usadas para representar a eternidade sugerem, àqueles treinados no simbolismo do inconsciente infantil, ou seja, a idéia de que a passagem do limiar mágico é uma passagem para uma esfera de renascimento é simbolizada na imagem mundial do útero (Campbell, 1949).
       Com estas explicações mitológicas e psicanalíticas podemos avaliar como o cérebro produz diferentes significados quando em processo de decodificação dos fatos do mundo para sua própria realização, ou melhor, do sujeito ou grupo. Ou seja, o que é bom para um pode não ser para outro, mas ambas decodificações satisfazem às necessidades envolvidas. ¨O intelectual moderno não encontra dificuldades em admitir que o simbolismo da mitologia se reveste de um significado psicológico. Está fora de dúvidas, especialmente depois do trabalho dos psicanalistas, que tanto os mitos compartilham da natureza dos sonhos, quanto os sonhos são sintomáticos da dinâmica da psiquê. Sigmund Freud, Carl G. Jung, Wilhelm Stekel, Otto Rank, Karl Abraham, Géza Róheim e muitos outros desenvolveram, nas últimas décadas, um moderno corpo, vastamente documentado, de interpretações de sonhos e mitos; e embora tenham divergência entre si, esses doutores se unem num grande movimento moderno por meio de um considerável conjunto de princípios comuns¨ (Campbell, 1949, pp.251).
       O exposto acima só vem a confirmar que a complexificação cerebral implica, também, em desenvolvimento teórico e prático dos saberes científicos, como aprendizado dos saberes não-científicos - graças ao que podemos com o nosso cérebro no presente momento - a nossa vida deve-se à Deus e  a complexificação cerebral advinda do nosso processo evolutivo - assim superamos as condições adversas do meio ambiente e estamos aqui aprendendo e ensinando - nossa filogênese melhorou nossa ontogênese e a nossa cultura se não nos destruírmos!



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CAMPBELL, Joseph.    As máscaras de Deus: mitologia primitiva.   São Paulo, SP,
      Editora Palas Athena, 1959.

CAMPBELL, Joseph.   O herói de mil faces.   São Paulo, SP, Cultrix/Pensamento, 1949.

HALL, Edward T..   A dimensão oculta.   Rio de Janeiro, RJ, Ed. Francisco Alves, 3 ed. 1989.

KOCH, Ingedore G. Villaça.   Argumentação e linguagem.    São Paulo, SP, Ed. Cortez,
      2 ed. 1987.

MILLENSON, J. R..   Princípios de análise do comportamento.   Brasília, DF, Coordenada- Editora
     de Brasília, s/d..

WEIL, P. & TAMPAKOW, R..   O corpo fala: a linguagem silenciosa da comunicação não-verbal. 
      Petrópolis, Rj, Ed. Vozes, 22 ed. 1989.



Londrina, 18 de agosto de 2012.
Osny Mattanó Júnior.

O FUTURO DA ANTROPOLOGIA E DO ETNOCENTRISMO (1993/2012).

O FUTURO DA ANTROPOLOGIA E DO ETNOCENTRISMO (1993/2012).


        A Antropologia discute o Etnocentrismo, ela muito complexa e relativa, ele onde o grupo do ¨eu¨ é tomado como melhor, o natural e o superior, o certo, e o grupo do ¨outro¨ surge como diferente, engraçado, anormal, absurdo e ininteligível. A Antropologia exorciza o Etnocentrismo e compreende que as diferenças entre o ¨eu¨ e o ¨outro¨ sejam agora possibilidades de enriquecimento pessoal.
        O Etnocentrismo torna-nos como centro de tudo e o ¨resto¨, os ¨outros¨, são compreendidos a partir de nossos referenciais, pensamentos e sentimentos, através dos nossos valores. No plano intelectual é a dificuldade de pensar na diferença e no plano afetivo sentimentos de estranheza, medo e hostilidade.
        A ausência de um método sistemático sobre o ¨outro¨ pode ser muito mais forte, sob o ponto de vista etnocêntrico, do que a reflexão sobre o ¨outro¨ pois o medo do que não conhecemos causa espanto e falta ou excesso de comentários e explicações que perturbam a nossa visão crítica sobre o ¨outro¨. Mas começamos a poder resolver isto pensando que participamos da mesma ¨natureza¨ do outro ser humano - há nele um humano tão humano quanto ¨eu¨.
       Devemos relativizar e comparar para que possamos entender o ¨outro¨. O ¨outro¨ é assim fonte de reflexão e de transformação. Isto afeta-me e a todos da sociedade pois somente aprendendo é que progredimos culturalmente com nossos tesouros de saberes, representações e comportamentos adquiridos e cultivados pelo homem como a economia, a política, a academia, a religião, a ciência, o esporte, a guerra e a paz num plano pessoal e social.
       O relativismo exprime que todo conhecimento depende de aspectos contextuais, sendo impossível uma certeza ou conhecimento absoluto. E a comparação vem por meio de nossos exemplos e modelos. A Antropologia pensa na diferença não mais em torno de um tempo histórico e com isso encara a realidade e a estuda, observa, descreve, compara e classifica como um fluxo permanente, um processo social. O antropólogo a experimenta, a existência junto ao ¨outro¨com o ¨trabalho de campo¨ o seu maior instrumento de relativização, e com isso abandona os confortos e a segurança do Etnocentrismo, estabelecendo, pois a comparação relativizadora e com isto o ¨outro¨ passa a ser objeto de reflexão, ou até mesmo, de mudança cultural, até mesmo de transformação do nosso ambiente cultural. Somente com o advento das grandes navegações e expedições a partir dos séculos XV, XVI e XVII é que o homem encontrou um panorama fundamental para a Antropologia, pois lhe causou espanto e estranheza o novo encontrado e assim calcou a colonização e suas implicações, como o Etnocentrismo e a Antropologia encontrou na relativização um novo sentido para o estudo do ¨outro¨.
         Hoje anos 2000 vivemos o Avanço das Grandes Comunicações Psico-Físicas e o ¨outro¨ passou a ser a personalidade, o caráter e o temperamento, bem como a psicopatologia e os estados biológicos, psicológicos, sociais, filosóficos e espirituais em função do Avanço das Grandes Comunicações Psico-Físicas, um grande problema da humanidade contemporânea onde revivemos o sentido e o significado do Etnocentrismo e da Antropologia, agora BioPsicoAntropologia, segundo Osny Mattanó Júnior, como também o do Direito e o da Justiça!


Londrina, 02 de agosto de 2012.
Osny Mattanó Júnior.