quarta-feira, 12 de setembro de 2012

SOBRE A LOUCURA (2012).

SOBRE A LOUCURA (2012).


QUEM É MAIS LOUCO?
O LOUCO?
OU O SÁBIO QUE INVESTIGA O LOUCO E FAZ LOUCURAS CONTRA O LOUCO?
OU O SÁBIO QUE INVESTIGA O LOUCO E FAZ LOUCURAS COM O LOUCO?
E SE O LOUCO É LOUCO DESDE ANTES DE CONHECER ESTE SÁBIO?
E SE O LOUCO GANHA NA JUSTIÇA O DIREITO DE SER LOUCO?
QUEM É MAIS LOUCO?
O LOUCO?
OU O SÁBIO?
E SE O LOUCO FICOU LOUCO TAMBÉM POR CULPA DO SÁBIO?
QUEM É MAIS LOUCO?
O LOUCO?
OU O SÁBIO?
A SOCIEDADE TEM ESPAÇO PARA OS LOUCOS?
MAS NÃO TEM PARA OS SÁBIOS!?

Osny Mattanó Júnior.
Londrina, 12 de setembro de 2012.





sexta-feira, 7 de setembro de 2012

ANÁLISE DE GRUPOS, ORGANIZAÇÕES E INSTITUIÇÕES: MODOS DE RELAÇÃO SOCIAL (1997/2012).

ANÁLISE DE GRUPOS, ORGANIZAÇÕES E INSTITUIÇÕES: MODOS DE RELAÇÃO SOCIAL (1997/2012).


      Ao estudar Psicologia Social necessariamente investigamos a interação social e seus produtos, as conseqüências que se estampam em nós e ao nosso redor (nos outros), seja ele, humano, animal, vegetal ou mineral, pois o homem apropria-se e é apropriado, transforma e é transformado, domina e é dominado, por exemplo, o dinheiro, os Grandes Eventos Esportivos Mundiais e Olímpicos, visto que o homem  criou-os para apropriar-se, transformar e dominar, mas acaboou apropriado, transformado e dominado por eles (somos escravos do dinheiro - do demônio), somos escravos dos Títulos, Prêmios e Premiações, Medalhas e Honras, somos escravos do Orgulho e não da Humildade que vem de Deus, de Jesus e da Pureza do Espírito Santo, se realmente nos colocássemos em Oração antes de Competirmos jamais nos Odiaríamos e nunca entraríamos em Conflitos, Batalhas, Guerras, Horrores e Holocautos - em vez de perdermos tempo com estes comportamentos devemos sim é Rezar pela Paz e pelos Pecados do Mundo contra Jesus e contra os Injustiçados! A Oração nos livra do Mal! O Pai Nosso nos livra do Mal! Somos Um Só! Isso o caracteriza singularmente frente ao não humano.
      Também foi instaurada a linguagem pela necessidade de transformar a natureza e viver em grupo. A linguagem levou a reprodução, ao aprimoramento, à modificação e à criação de atitudes consigo, com o outro humano e com o não-humano, gerando consciências (o que pensamos) e identidades (o que acreditamos ser).
      Desta forma o humano pode encontrar-se em muitas formas, como na série, na fusão, na organização, na instituição e na burocracia, características puramente associadas aos grupos.
      A série caracteriza-se por ser uma forma de coletividade dotada de indiferença, onde há dispersão, onde indivíduos na fila de espera para a inscrição do Concurso Vestibular. Esses indivíduos, ou alguns deles, os que foram aprovados no Vestibular e ingressarem no Curso desejado participarão, agora, do grupo em fusão, que se dá pela fusão da serialidade. Neste grupo não há intermediação, pois a ação é emitida de cada um para todos, o líder é nenhum ou mesmo, todos, o poder está difuso, disseminado, sem ponto de concentração, sem hegemonia, há pura liberdade traduzida em ação coletiva, portanto a unidade do grupo é prática e não ontológica, cada um é soberano (Lapassade, s/d).
     Esses indivíduos acabam eliminando o risco de voltar à dispersão, marcando a permanência pelo juramento. Por meio deste os indivíduos tornam-se comuns, reflexivos e põem-se como grupo, onde o poder é de cada um sobre todos e de todos sobre cada um, sendo atravessados pelo constrangimento e pela violência. O juramento é como um cerimonial onde a ordem grupal marca o indivíduo, é o nascimento de uma ¨civilização¨ (Lapassade, s/d).
      Forma-se, então, o grupo organizado, onde o poder é definido para cada indivíduo na distribuição de tarefas, assim há funções que são ações parciais, marcando, portanto, o equilíbrio entre a liberdade e a inércia (que se caracteriza pela ação em função da ordem do grupo), deste modo os indivíduos deste grupo aprovado no Vestibular e que agora constituem uma turma, uma classe, têm funções que somadas, ou seja, no seu conjunto correspondem à estrutura. Mas se houver indeterminações relativas às funções podem emergir conflitos que exigiriam remanejamento, como numa atividade prática, como em uma apresentação de seminário, ou até mesmo teórica, como na construção de um texto. Ambas tarefas exigem distribuição de atividades, de funções entre indivíduos para consecução da tarefa. Sem planejamento haveria confusão, indecisão, autoritarismo, conflito e tensão, faz-se necessário destacar que  a atribuição de funções faz-se mediante a liberdade individual e a ação em função da ordem grupal, isto é, inércia (Lapassade, s/d).
      A estrutura é uma forma silenciosa em que o grupo vai se conhecendo, tomando consciência de si, ou seja, se materializando enquanto forma de compreensão (Lapassade).
     Nas relações fundamentais do grupo também há a ditadura do terror, especificando uma maneira de integração-terror, marcada pela não aceitação dos traidores, dos opositores, relação esta gerada e que gera uma defesa contra o terror pelo terror (Lapassade, s/d).
     Um fator determinante que leva à instituição é a impotência, a domesticação do homem pelo homem através do papel social, uma impossibilidade de se regular, gerando a necessidade da autonomia, na hegemonia pela legitimidade, que pela força estabelece relações de consenso, vigilância, obediência, submissão e colaboração, pois o soberando massifica com seu poder de simultâneidade, de último mediador (Lapassade, s/d).
     E é a partir da instituição onde a soberania encarna-se, fazendo com que o grupo homogeneize-se, ou mesmo, perca vida pois não há como competir com o poder institucionalizado, que se fundamenta na burocracia, a ausência de sentido grupal pelo acentuamento da indiferença entre os indivíduos.
     Podemos agora partir com apoio em outros exemplos para a análise das instituições totais, responsáveis pela destruição da identidade do indivíduo, como por exemplo os manicômios e as prisões.
     Pois em tais instituições encontramos indivíduos que perderam e perdem um sentido pessoal e a consciência da posse de um eu, de aspectos e características de uma vida, já que nessas instituições não só aprendem a não mais diferenciarem-se do outro, como também são arrancados, sugados de suas diferenças em relação ao outro, pois lhe são impostos uniformes, cortes de cabelo, e até mesmo uma maneira de comunicarem-se. Assim são colocados numa constante uniformidade, numa constante retirada de elementos de comparação para que não permitam ao indivíduo destacar-se. Por conseguinte ser um eu e não uns eus, Sendo, esta, portanto, a característica fundamental das instituições totais (Erving, 1974). Posso falar que na contemporâneidade, anos 2000, em meio ao Avanço das Grandes Comunicações Psico-físicas vivemos outros manicômios e outras prisões, pois estamos loucos e bandidos mesmo curados, saudáveis e heróicos, este Avanço das Grandes Comunicações Psico-físicas implica em ¨uniformes¨ ou  em uniformidade intelectual e afetiva, ¨cortes de cabelo¨ ou padrões de beleza através do Cinema e da TV e das Músicas, Shows e Artes, Fotografias, Novelas, Telejornais, etc., e um modo de comunicação bastante particular entre os Elementos Psico-físicos Violentados, até com Hipnose, o que coloca-os numa constante uniformidade, numa constante retirada de elementos de comparação para não se destacarem obrigando-os a ¨esperarem¨ a ¨Morte¨ ou o ¨Fim¨ ou a ¨Justiça¨ ou o ¨Recomeço¨! Eu não escrevo sobre os conventos por respeito a minha religião, pois também acredito que por detrás de toda esta retirada de singularidade existe o ingresso a um grupo, a vida em grupo é e foi o que construiu a Humanidade, a família, os grupos de machos e os de fêmeas cada qual com suas tarefas, assim há Humanidade, paz, trabalho e vida na vida em grupo e numa instituição total como à dos conventos, há organização e há progresso adiante também nos manicômios, nas prisões, nos conventos e no meio grupal ao Avanço das Grandes Comunicações Psico-físicas.
     Para que façamos uma análise das instituições totais torna-se necessário considerar que os próprios indivíduos são uma instituição, que são atravessados por processos coletivos, e que se cosntituem como grupo quando algo atravessa a coletividade e os põem em ação comum. E que a instituição pode ser entendida como forma que produz e reproduz as relações sociais, ou mesmo, forma geral das relações em sociedade, das produções e atividades que se instrumentam em estabelecimentos e/ou dispositivos (Saidon & Kamkhagi, 1987).
     Com isto o analista institucional deve se misturar e se embrenhar à isntituição e reconhecer nela outras isntituições, deve descortinar a dialética instituinte-instituído, fazer a análise das implicações por meio do diagnóstico e desse jeito explorar e reconhecer toda uma rede de vínculos, que não se restringem apenas aos do interior da instituição, então, considerando-se também as implicações de suas múltiplas segmentações, como religiosas, sexuais, econômicas, políticas, etc. (Saidon & Kamkhagi, 1987).
     Após a leitura das implicações o analista institucional terá os analisadores que tem por objetivo evidenciar a presença do poder desnudo, sem máscaras ou maquiagens, algo que ao se revelar, ao acontecer expõe uma história,  e desta emersão dá-se o processo de conscientização, de visualização e contato com idéias, imagens, informações e relações que não eram observáveis, perceptíveis e capazes de suscitarem mal-estar e reação, tanto no sentido de compreensão e acomodação como de entendimento e reinvidicação, numa atividade ativa e não passiva sobre o mundo, sobre si, sobre os grupos, e sobre as instituições. Isto, pois, para o analista institucional comente o conflito e o movimento são absolutos, ou seja, estão presentes em todos os contextos (Saidon & Kamkhagi, 1987).
    Pode-se dizer que as instituições na cotidianeidade tem por função o controle social, pois mantêm ao reproduzirem, até mesmo as representações sociais que implicam, também, na reprodução da linguagem, ou seja, ao reproduzirem modos de relação social por uma tipificação de ações habituais, como hoje também no Discurso das Ciências Psicológicas e Piscanalíticas e das Artes de Mattanó, por um conjunto de normas que regem a padronização de determinadas características comportamentais na sociedade, tendo por fim manter o social, a relação grupal, a civilização e a sua própria reprodução, seja para o seu bem ou para o seu mal (Bock; Furtado; Teixeira. 1993).
    Quanto ao controle social pode-se entendê-lo por meio da compreensão das relações de poder que se configuram através dos tempos.
    Diz Freud que nos primórdios o homem vivia em bando onde destacava-se, em princípío, uma figura de poder central, pois as relações eram calcadas na agressividade, sendo esta, portanto, constitutiva do ser humano. O bando era composto pelo pai, pelos filhos e por um conjunto de mulheres, até que houve a primeira conspiração, marcada pela rebelia dos filhos contra o pai, que acabara morto, já que  os filhos uniram-se por causa da força do pai e também pela negação do mesmo, mas agora sem a figura de poder, o filhos podem se matar. Então reconstituem-se através do mito do pai morto, que paira sobre suas cabeças e é capaz de punir. Surge dessa forma a figura do sacerdote, o interlocutor pela luta do poder (Freud, 1987).
    Nesse processo de elaboração religiosa ocorreu primeiramente  a endeusificação com o prompósito de se aproximar da natureza, considerando serem deuseso Sol, a lua, o raio, o trovão, etc.. Surge, então, a tentativa de comunicação do homem para com a natureza, no sentido de vir a controlá-la, dominá-la e domesticá-la, visto que ela própria tem elementos que conspiravam contras as relações de força entre os homens, que também se davam entre os grupos distintos, onde confrontavam-se e normalmente apenas um sobrevivia. A religião teria por fim, desta maneira, um controle sobre a natureza e a regulagem dsas relações entre os homens por intermédio do sacerdote, que reproduzia e transformava criando normas que encobrissem  a dor do ato dos filhos para com o pai (Freud, 1987).
    Assim o grupo não desapareceria e por conseqüência, o homem, já que a vida em sociedade é mais fácil, seja para a busca e produção de alimentos ou seja para a segurança. Encontramos aqui Eros e Ananke (Amor e Necessidade). O amor plenamente sensual ou genital  conduzindo à formação de novas famílias, enquanto que o amor inibido em sua finalidade, a amizades (Freud, 1987).
    Então combinaram-se indivíduos humanos isolados, depois famílias, depois raças, povos e nações, até a grande união da humanidade (Freud, 1987).
    As figuras de divindade garantem a moral, a ordem e o controle social, sendo elas, as mais diversas na história da humanidade, mas sempre com a mesma função. Surgiram termos como Destino e Karma, e divindades e como o deus Sol, Rá, a Lua, Vênus, Mercúrio, Zeus, Nut, Damu, Inanna, o Feitiçeiro de Trois Fréres, Buda, Krsna, Deméter, Hades, Marte, Netuno, Exu, Odin, Viracocha, Eros, Visnu, Brahma, Siva, e muitos outros, e então se revelaram: Deus Pai, Deus Filho (Jesus Cristo) e Deus Espírito Santo (Freud, 1987) (Campbell, 1990) (Campbell, 1992) (Cambbell, 1993) (Oken, 1988) (Mahãbhãrata, 1986) (Bíblia, 1989).
    A moral nascente das relações de força que através dos séculos transfigura-se em relações de poder leva-nos a ver que a violência foi abafada e também mascarada, ou mesmo, transfigurada tomando formas
e caminhos diversos, pois há um quadro conflituoso entre a vida em sociedade e a nossa carga instintiva, um potencial e desagregador.
    O que o homem fez com sua agressividade? Vimos que nos primórdios os filhos tiraram a vida e o poder do pai, dando assim  o primeiro passo para domesticar a agressividade por meio de um segmento específico, restando, então, o amor para com os de seu grupo, pois podiam destinar a agressividade para fora. Portanto, podemos falar do endogrupo e do exogrupo. No primeiro há proteção do eu e daqueles que se inserem neste grupo, no segundo a agressividade é destinada em seus mais diversos graus, em diferentes intensidade e formas, para  o estabelecimento da dominação social,  numa tentativa de adaptação, de obter recursos, de maximizar sua capacidade reprodutiva, de defender a si, seu território e seus recursos, como também de conquistá-los e tomá-los do outro, estabelecendo assim uma luta que da física transfigurou-se para muitas outras, como a psíquica, onde compreende-se a emocional, a sentimental e a intelectual, a luta cinestésica e proxêmica (a luta de e entre sinais), a luta invisível do não perceptível e do perceptível, do inconsciente e do consciente, e a luta Psico-física entre cérebros e mentes pela sobrevivência, dignidade e paz e sobre tudo a luta da Santíssima e Augustíssima Trindade e de Nossa Senhora  e de todos os Santos do Céu pela Comunhão entre os povos de toda a Terra para que haja vida em abundância e paz (Freud, 1987) (Nova Enciclopédia Ilustrada Folha, 1996) (Hall, 1989) (Weil, 1976).
    Desta forma a agressividade, a luta, está presente desde os primórdios e nas mais diversas atividades, como na caça, na coleta, na agricultura, na colonização e expansão territorial, cultural, econômica, religiosa e Psico-física mental, na informação, na fofoca, na etnocentrismo onde há dificuldade de pensar na diferença com sentimentos de estranheza, medo e hostilidade, na ideologia, psíquico do indivíduo.
    Já que nos atemos a questão do superego, à moral introjetada, podemos agora estudar os múltiplos aspectos que deram forma à moral, sendo importante enfatizar que não nos atearemos à moral introjetada, ao superego.
    Dessa forma a moral, como diz Nietzsche, nasce de uma disteinção afirmativa entre o nobre e o plebeu, sendo uma qualidade de julgamento que distingue o nobre e o  plebeu. A moral nobre, do conquistador incita à harmonia pela moral escravagista, enquanto a moral do plebeu prioriza a humildade, a simplicidade, a mansidão e a harmonia,, ou seja,  um pensamento não conquistador e não escravagista.Nietzsche cita como exemplos os romanos e os judeus, os primieiros conquistaram-nos pela força  pois sua força calcava-se pela do conquistador e as dos judeus na da humildade, mas por outro lado os judeus conquistaram-nos pela cultura e pela moral, por uma guerra subterrânea  que terra como fim pô-los a seu serviço, a sua cultura, metas e fins, e o que temos hoje em termos de democracia deve-se a esse evento (Nietzsche, 1988).
    A base da civilização está numa guerra sem armas concretas, está, pois, na luta de tornar o homem cada vez mais comum, de desapropriá-lo de sua capacidade afirmativa, de homogeinizá-lo na mediocridade, na ilusão, no tédio, no cansaço, no niilismo e no nada - na ¨moral do rebanho¨ - na ilusão e no delírio. Nietzsche aponta que nos tempos modernos a doença mental é o  niilismo, no reino do absurdo, do nada, da ausência de sentido, onde os ideais perdem o seu valor, é o desvelamento do nada, como fundamento escondido do nosso mundo, sendo então marcado o niilismo pela Morte de Deus, por ter nos abandonado e por termos o matado, negando então a crença em um absoluto, fundamento dos valores éticos, estéticos e sociais da tradição, o que representa o anúncio de uma nova aurora, pela vinda do Último homem, que é responsável pelo assujeitamento e por desfrutarmos de uma felicidade programada e mesquinha, revelando um sentimento de rancor e amargura experimentado pelos incapazes de criar positivamente e que engendram valores morais, de bem e de mal (Nietzsche, 1988) (Russ, 1994) (Papiassú & Marcondes, 1996). Osny Mattanó Júnior diz que após o niilismo ou outro modo de relação social segue-se o Ilusionismo, o Período Contemporâneo das Grandes Ilusões que se caracteriza por distorções e alienação, fuga e esquiva da realidade, delírios e fantasias, ilusões e delusões elaboradas em nosso mundo mental e não necessariamente no nosso mundo real, um período de dor e sofrimento psíquico para a Humanidade. A Humanidade vive aqui o pós-Burocracia, ou seja, o Ilusionismo!
    Através da vontade própria manifesta-se e se revela a fraqueza da civilização, pois esta á homogeinização, é ausência de sentido e de criação, é a ¨moral do rebanho¨ que fundamenta a civilização.
    Skinner aponta-nos em seu livro O Mito da Liberdade que a liberdade associa-se à vontade própria, pois esta implica na volição de seu a favor, ¨neutro¨ ou contra algo. Porém se pensarmos sobre a vontade própria como sinônimo de liberdade, já que o sujeito é livre para excercer sua vontade, sua própria vontade, veremos o quanto ambas entrelaçam-se e o quanto são aprendidas através do outro, seja na família, na escola, na religião, etc..
    Portanto a liberdade pode  ser considerada um mito, pois é aprendida e esta envolvida por uma rede de condicionamentos, de entrelaçamentos e condições que a enredam, por manipulações de uma sociedade politizada, em meio a punições e programas de reforço que dão vida à vida em sociedade, à civilização e à humanidade (Skinner, 1973).
    Dessa forma a liberdade a que temos direito é a ¨liberdade social¨, a democracia, advinda da história de reforçamentos e punições, proveniente do contato social e devolvida ao mesmo meio social, que se configura por mecanismos de controle, moral e poder.
    Essa ¨liberdade social¨ que vai dando forma a ¨liberdade individual¨ é certamente a  liberdade de poder ter acesso a bens de consumo e repertórios comportamentais adaptativos, isto é, que não lhe tragam sofrimento e aos outros, que sejam aceitos socialmente assim como os bens de consumo que evidenciam a liberdade pessoal de comprar o mesmo produto que outras pessoas também consomem, de ter a mesma religião e a futura libertação que outras pessoas terão, de ter a mesma formação acadêmica profissional e depois libertar-se nas pós-graduações, de ser dependente até os 20 anos de idade e libertar-se aos 21, e na medida em que  a liberdade tem como seu avesso o controle, vê-se que este te controla, visto que aquilo que se nega te prende, pois um não existe sem o outro.
    Assim Skinner destaca que a literatura da liberdade serve para enfraquecer e até destruir o poder dos indivíduos que vão contra a liberdade, entretanto na medida em que se prega a liberdade criam-se, paradoxalmente, sujeitos impotentes que não exercem sua influência, que não interferem ativamente no meio ambiente deixando de transformar e  de serem transformados pelas conseqüências, ou seja, que  se potencializem e se ampliem cognitivamente, espiritualmente, politicamente, economicamente, educativamente e teconologicamente; desbravando horizontes, confundindo-se e até mesmo sobressaindo-se à sua época, exercendo, porquê não, a autonomia, no sentido de se projetar e estar projetando seu meio e sua época (Skinner, 1973) (Schwartzman, 1981).
    Pode-se dizer, portanto, que a própria sociedade ampara e legitima mecanismo de figa, esquiva e ataque, quando há condições adversas, possibilitando às ciências e por conseqüência, aos cientistas exercerem um papel importante na luta pela liberdade, que segundo Skinner é favorecida pela herança genética, pela evolução (Skinner, 1973) (Schwartzman, 1981). Segundo Osny Mattanó Júnior a luta pela liberdade é favorecida pela nossa agressividade instintiva ou nossa auto-defesa, entende liberdade! Desejo de libertar-se! Quem se defende busca alguma forma de liberdade!
    Nesta luta pela liberdade o repertório comportamental, que envolve cadeias comportamentais embasadas na aprendizagem por imitação, atenção, controle intrucional e discriminação, possibilita a todo ser humano enfrentar condições adversas, a ponto de enfraquecer ou destruir seu poder (Skinner, 1973).
    Conclui-se, desse modo, que a luta do homem pela liberdade não se deve a vontade de ser livre, mas a certos processos de comportamento característicos do organismo humano selecionados através da evolução pela luta pela sobrevivência através da agressividade, da inteligência, da vida em grupo, da vida sexual, dos hábitos alimentares, do uso de instrumentos, da linguagem, da espiritualidade, enfim, das alterações morfológicas, fisiológicas e comportamentais, cujo principal efeito é evitar ou fugir dos chamados aspectos ¨adversos¨ do ambiente (Skinner, 1973), como por exemplo o poder, o controle social e a moral.


   
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Osny Mattanó Júnior.